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Pretos ou pardos estão mais escolarizados, mas desigualdade em relação aos brancos permanece

Ainda segundo a PeNSE 2015, 13,1% dos estudantes brancos do 9º ano do ensino fundamental e 15,4% dos pretos ou pardos não compareceram à escola por falta de segurança no trajeto casa-escola ou na escola, nos 30 dias anteriores à pesquisa. Mais da metade dos alunos pretos ou pardos (53,9%) estudavam em estabelecimentos localizados em área de risco em termos de violência, entre os estudantes brancos, esse percentual foi de 45,7%. A diferença é mais acentuada quando comparados os estudantes de escolas privadas pretos ou pardos (40,7%) e brancos (29,5%).

Representação política: apenas 24,4% dos deputados federais, 28,9% dos deputados estaduais e 42,1% dos vereadores eleitos são pretos ou pardos

No Brasil, o quadro atual é de sub-representação da população preta ou parda na Câmara dos Deputados, nas assembleias legislativas estaduais e nas câmaras de vereadores: apenas 24,4% dos deputados federais e 28,9% dos deputados estaduais eleitos em 2018 e 42,1% dos vereadores eleitos em 2016 no país eram pretos ou pardos.

Em uma situação de perfeito equilíbrio, a razão entre a proporção de parlamentares pretos ou pardos eleitos por uma unidade e a proporção de pessoas de mesma cor ou raça seria igual a 1,0. Porém, em todas as unidades da federação essa razão foi menor do que 1,0 nas eleições de 2018. Amazonas (0,93) e Rondônia alcançaram o menor nível de sub-representação (0,90). Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul não tiverem nenhum deputado federal eleito que tenha se declarado preto ou pardo à Justiça Eleitoral.

Não é possível atribuir a sub-representação desse grupo populacional unicamente a uma ausência de candidaturas disponíveis, pelo menos no que tange às eleições legislativas proporcionais de 2014 a 2018. Há uma proporção maior de candidaturas de pessoas pretas ou pardas para os cargos de deputado federal (41,8%), deputado estadual (49,6%) e vereadores (48,7%) do que candidatos com esse perfil efetivamente eleitos.

Porém, enquanto 9,7% das candidaturas a deputado federal de pessoas brancas dispuseram de receitas iguais ou superiores a 1 milhão de reais, entre as candidaturas de pessoas pretas ou pardas apenas 2,7% contaram com pelo menos esse valor. Dentre as candidaturas que dispuseram de receita igual ou superior a 1 milhão de reais, apenas 16,2% eram de candidatos pretos ou pardos.

Em 2018, as mulheres pretas ou pardas constituíram 2,5% dos deputados federais e 4,8% dos deputados estaduais eleitos e, em 2016, 5,0% dos vereadores. Consideradas apenas as eleitas mulheres, eram 16,9%, 31,1% e 36,8%, respectivamente.
Fonte: IBGE

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