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Pretos ou pardos estão mais escolarizados, mas desigualdade em relação aos brancos permanece

Já a taxa de conclusão do ensino médio (proporção de pessoas de 20 a 22 anos que concluíram esse nível) da população preta ou parda era de 61,8% e a dos brancos, 76,8%. Embora as mulheres apresentem melhores indicadores educacionais que os homens de mesma cor ou raça, a taxa de conclusão do ensino médio dos homens brancos (72,0%) era maior que a das mulheres pretas ou pardas (67.6%).

Entre os jovens de 18 a 24 anos com ensino médio completo que não estavam frequentando a escola por terem que trabalhar ou procurar trabalho, 61,8% eram pretos ou pardos.

Taxa de analfabetismo de pretos ou pardos diminuiu de 9,8% (2016) para 9,1% (2018), mas ainda é maior que a de brancos (3,9%)

Entre 2016 e 2018, a taxa de analfabetismo das pessoas pretas ou pardas de 15 anos ou mais passou de 9,8% para 9,1%, mas ainda é maior que a de brancos (3,9%). Nesse mesmo período, a proporção de pessoas de 25 anos ou mais com pelo menos ensino médio completo subiu de 37,3% para 40,3%. Já entre a população branca, esse percentual era de 55,8%.

A frequência à creche ou escola de crianças pretas ou pardas de 0 a 5 anos aumentou de 49,1% (2016) para 53,0% (2018), enquanto a de crianças brancas era de 55,8%. Praticamente não havia diferença entre a proporção de crianças de 6 a 10 anos brancas (96,5%) e pretas ou pardas (95,8%) cursando os anos iniciais do ensino fundamental.

Indicativo do abandono escolar, a proporção de pessoas de 18 a 24 anos pretas ou pardas com menos de 11 anos de estudo e que não frequentavam escola caiu de 30,8% (2016) para 28,8% (2018). Esse percentual era de 17,4% entre os brancos.

Mercado de trabalho: 64% dos desocupados são pretos ou pardos

Em 2018, os pretos ou pardos representavam 54,9% da força de trabalho no país (57,7 milhões de pessoas) e os brancos, 43,9% (46,1 milhões). Entretanto, a população preta ou parda representava 64,2% dos desocupados e 66,1% dos subutilizados. Além disso, enquanto 34,6% da população ocupada de cor branca estava em ocupações informais, para os trabalhadores pretos ou pardos, este percentual atingiu 47,3%.

A taxa composta de subutilização da população preta e parda (29,0%) era maior do que a dos brancos (18,8%). A desigualdade persistia mesmo quando considerado o recorte por nível de instrução. Entre os que tinham pelo menos o nível superior, essa taxa era de 15,0% para os pretos ou pardos e de 11,5% para os brancos e entre os sem instrução ou com fundamental incompleto: 32,9% e 22,4%, respectivamente.

Pretos ou pardos recebem menos do que os brancos independentemente do nível de instrução

O rendimento médio mensal das pessoas ocupadas brancas (R$2.796) foi 73,9% superior ao da população preta ou parda (R$1.608). Os pretos ou pardos receberam menos do que os trabalhadores de cor branca tanto nas ocupações formais, como nas informais.

Enquanto o rendimento médio dos ocupados brancos atingiu R$17,0 por hora, o dos pretos ou pardos foi de R$10,1 por hora. Os ocupados pretos ou pardos receberam rendimentos por hora trabalhada inferiores aos dos brancos, independentemente do nível de instrução. Os brancos com nível superior completo ganhavam por 45% a mais do que os pretos ou pardos com o mesmo nível de instrução.

Quanto à razão de rendimentos, destaca-se a vantagem dos homens brancos sobre as demais combinações. A maior distância ocorre quando comparados às mulheres pretas ou pardas, que recebem menos da metade do que os homens brancos (44,4%).

Somente 29,9% dos cargos gerenciais são exercidos por pretos ou pardos

A proporção de brancos (68,6%) em cargos gerenciais era maior que a de pretos ou pardos (29,9%), em 2018. Somente no Norte (61,1%) e no Nordeste (56,3%), a proporção de pretos ou pardos em cargos gerenciais era maior. Mas como tais percentuais são inferiores aos da proporção de pretos ou pardos na população ocupada em geral destas regiões (78,0% e 74,1%), caracteriza-se, também, a sub-representação.

A divisão em cinco classes de rendimento do trabalho principal evidencia que, quanto mais alto o rendimento, menor é a ocorrência de pessoas pretas ou pardas ocupadas em cargos gerenciais. Na classe de renda mais elevada, somente 11,9% das pessoas ocupadas com cargos gerenciais eram pretas ou pardas e 85,9%, brancas. Por outro lado, nos cargos gerenciais de renda mais baixa, havia 45,3% de pretos ou pardos e 53,2% de brancos.

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