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POF 2017-2018: Famílias com até R$ 1,9 mil destinam 61,2% de seus gastos à alimentação e habitação

O valor da despesa total com alimentação das famílias com rendimentos mais altos representou mais que o triplo do valor da média do total de famílias do país e mais de seis vezes o valor da classe com rendimentos mais baixos.

Já o valor da despesa com alimentação no domicílio na classe com rendimentos mais altos foi mais que o dobro da média nacional e quase quatro vezes maior que o valor na classe com rendimentos mais baixos. A diferença foi mais acentuada entre os valores correspondentes à alimentação fora do domicílio, que, na classe com rendimentos mais altos, foi de 4,8 vezes o valor da média nacional e 15,3 vezes o valor da classe com rendimentos mais baixos.

Carnes, vísceras e pescados são 20% das despesas de alimentação no domicílio

Nas despesas com alimentos para consumo no domicílio, a participação do grupo de Cerais, leguminosas e oleaginosas vem caindo ao longo do tempo: de 10,4%, em 2002-2003 para 8,0% em 2008-2009 e 5% em 2017-2018. Óleos e gorduras também seguem em queda: respectivamente 3,4%, 2,3% e 1,7%.

Carnes, vísceras e pescados continuam sendo o grupo de maior participação nas despesas (20,2%), com discreta perda em relação a 2008-2009 (21,9%).

A participação do grupo Bebidas e infusões vem aumentando: de 8,5% em 2002-2003 para 9,7% em 2008-2009 e 10,6% em 2017-2018. No mesmo intervalo, o grupo Alimentos preparados evoluiu de 2,3% para 2,9% e chegou a 3,4%.

No grupo Óleos e gorduras, houve queda de 1,7 p.p. na participação entre a POF 2002-2003 (3,4%) e a atual (1,7%). Legumes e verduras, frutas e panificados mantiveram estabilidade.

Famílias das áreas rurais ganham pouco mais da metade do recebido em áreas urbanas

O valor médio recebido pelas famílias, relativo ao rendimento mensal e à variação patrimonial (saques de poupança e vendas de imóveis, por exemplo), alcançou R$ 5.426,70 em 2018. Nas áreas urbanas, foi de R$ 5.806,24 enquanto em áreas rurais foi de R$ 3.050,49. Ou seja, as famílias em situação rural recebiam pouco mais da metade (52,3%) do valor recebido em áreas urbanas.

A maior participação no valor médio recebido pelas famílias (rendimento e variação patrimonial) veio do rendimento de trabalho (R$ 3.118,66), que representou 57,5% do total. Nas áreas urbanas, o rendimento de trabalho correspondia a 58,4% do valor recebido e, nas áreas rurais, a 46,8%.

A segunda maior participação veio das transferências (19,5%). Entre as transferências, as aposentadorias e pensões do INSS representaram 55,0% e os programas sociais federais, 5,4%. Nas áreas urbanas, as transferências ficaram com 19,0% do total recebido, enquanto nas áreas rurais chegavam a 25,3%.

Os rendimentos de aluguel (de bens móveis e imóveis) e as outras rendas apresentaram as menores contribuições na composição do valor médio recebido pelas famílias (1,6% e 0,7%, respectivamente), tanto nas áreas urbanas (1,7% e 0,7%, respectivamente) quanto nas rurais (0,9% e 0,9%, respectivamente).

Além disso, 14,5% do que as famílias recebiam foi não monetário, ou seja, valores referentes às aquisições pelas quais as famílias não precisaram pagar. Nas áreas rurais, o peso desse componente foi ainda maior (18,3%), enquanto nas áreas urbanas foi similar à média nacional (14,2%). Já a variação patrimonial representou 6,2%, com maior peso nas áreas rurais (7,9%).

Em todas as regiões, rendimentos de trabalho representam mais da metade dos valores recebidos

Em todas as regiões, o componente com a maior participação no total dos rendimentos das famílias foi o rendimento do trabalho, indo de 52,6% no Nordeste a 61,5% no Centro-Oeste. Já as transferências tiveram a maior participação no Nordeste (24,6%) e a menor, no Centro-Oeste (14,3%). No caso do rendimento não monetário, as regiões Nordeste e Norte tiveram participações acima da média nacional (15,7% e 15,6%, respectivamente), enquanto o Centro-Oeste teve a menor participação (12,8%).

O maior valor médio recebido pelas famílias foi no Centro-Oeste (R$ 6.772,86), correspondente a 124,8% da média nacional e, no Sudeste (R$ 6.391,29), equivalente a 117,8%. No Nordeste (R$ 3.557,98) e Norte (R$ 3.647,70), os valores corresponderam a 65,6% e 67,2% da média nacional, respectivamente.

O Sudeste foi a região com maior contribuição para valor médio total recebido pelas famílias, com R$ 2.789,94, mais da metade da média nacional (51,4%). A menor contribuição era dada pela região Norte, com R$ 265,09, ou 4,9%. O Centro-Oeste, embora apresentasse o maior valor entre as regiões, participava com apenas R$ 525,44 (9,7%).

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