IBGE prevê safra recorde de grãos em 2020
SOJA (em grão) – A terceira estimativa de produção para 2020 soma 122,4 milhões de toneladas, crescimento de 7,8% em relação a 2019, sendo a presente informação, novo recorde da série histórica do IBGE. A área a ser plantada com a leguminosa é de 36,6 milhões de hectares, aumento de 2,2%. O rendimento médio estimado é de 3 340 kg/ha, aumento de 5,4%, ressaltando que, na safra da leguminosa, em 2019, houve excesso de calor e restrições de chuvas no Paraná, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, prejudicando o rendimento médio nacional. Dentre os maiores produtores, o Mato Grosso, que em 2020 deve responder por 26,9% do total a ser produzido pelo País, estima colher 33,0 milhões de toneladas, crescimento de 2,2% em relação a 2019, em decorrência do aumento de 2,2% na área a ser plantada. O Paraná estima produzir 19,8 milhões de toneladas, aumento de 22,6%, enquanto o Rio Grande do Sul estimou uma produção de 19,3 milhões de toneladas, crescimento de 4,2% em relação a 2019. Em relação ao mês anterior, a estimativa para a produção da soja apresenta crescimento de 1,3%, com aumentos da produção estimados pelo Tocantins (2,5%), Maranhão (1,0%), Piauí (16,6%), Minas Gerais (1,0%), São Paulo (14,3%), Paraná (0,1%), Rio Grande do Sul (0,6%), Mato Grosso do Sul (3,8%) e Goiás (2,0%). Dos grandes produtores, apenas a Bahia informou retração na estimativa de produção, sendo de apenas 2,0%.
Destaques da estimativa de dezembro para a safra de 2019
Em dezembro, destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, em comparação a novembro: café canephora (1,1% ou 10 415 toneladas), feijão 2ª safra (0,6% ou 6 969 toneladas), sorgo (0,6% ou 14 333 toneladas), milho 2ª safra (0,4% ou 278 362 toneladas), milho 1ª safra (0,3% ou 80 012 toneladas), soja (0,3% ou 320 468 toneladas), cana-de açúcar (0,2% ou 1,0 milhão de toneladas), e algodão herbáceo (0,0% ou 2 876 toneladas). Os destaques negativos foram do trigo (-0,5% ou 26 937 toneladas), laranja (-0,6% ou 106 035 toneladas), arroz (-0,6% ou 65 606 toneladas), café arábica (-0,8% ou 15 710 toneladas), feijão 1ª safra (-0,9% ou 11 666 toneladas), e mandioca (-5,5% ou 1,1 milhão de toneladas).
As variações mais acentuadas nas estimativas das produções ocorreram em São Paulo (264 520 toneladas), no Mato Grosso do Sul (182 614 toneladas), no Pará (98 378 toneladas), em Minas Gerais (62 513 toneladas), na Bahia (49 732 toneladas), em Goiás (38 281 toneladas), no Maranhão (2 407 toneladas), no Rio de Janeiro (2 066 toneladas) no Mato Grosso (1 722 toneladas), na Paraíba (98 toneladas), no Espírito Santo (68 toneladas), em Pernambuco (-483 toneladas), no Ceará (-9 360 toneladas), no Rio Grande do Sul (-52 109 toneladas) e no Tocantins (-58 037 toneladas).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A produção de algodão foi de 6,9 milhões de toneladas, com variação positiva de apenas 2 876 toneladas (0,0%). Em relação ao ano anterior, a produção de algodão encontra-se 39,8% maior, em razão do crescimento de 41,9% da na área plantada.
ARROZ (em casca) – A estimativa da produção foi reduzida em 0,6% em relação ao mês anterior, correspondendo a uma redução de 65,6 mil toneladas. Houve decréscimo de 0,9% no rendimento médio. A produção alcançou 10,3 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção de arroz caiu 12,6%, com declínios de 8,8% na área plantada e de 3,6% no rendimento médio. No Rio Grande do Sul, a produção, em 2019, foi 14,6% menor, com declínios de 8,1% na área plantada e de 5,8% no rendimento médio. Nos últimos anos, em virtude dos preços pouco compensadores, têm-se verificado contínua redução da área plantada com arroz irrigado, em decorrência da substituição por outras culturas, notadamente a soja, em função da sua maior rentabilidade. A leguminosa também vem entrando em sistema de rotação com algumas lavouras de arroz irrigado, permitindo a melhoria das condições de solo e, consequentemente, aumento da produtividade.
CAFÉ (em grão) – A produção brasileira de café foi de 3,0 milhões de toneladas, ou 49,9 milhões de sacas de 60 kg, redução de 16,6% em relação a 2018. Em relação ao mês anterior, a produção foi 0,2% menor. Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,1 milhões de toneladas, ou 34,5 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 0,8% em relação ao mês anterior. Em relação ao ano anterior, a produção do café arábica apresentou queda de 23,1%, representando uma produção de “ano de baixa”, devido à bienalidade negativa. Nos últimos meses, à medida que os trabalhos de colheita avançavam no campo, tendo-se um quadro mais fidedigno da produção do arábica, os produtores depararam-se com uma produção menor que a estimada inicialmente. Os cafezais sofreram com a incidência de altas temperaturas e falta de chuvas em um período importante do desenvolvimento da cultura, o que fez com as estimativas de rendimento médio fossem menores. Os preços durante o primeiro semestre não se encontravam tão atraentes, e os custos de produção foram relativamente elevados, notadamente, insumos e os envolvidos com a contratação de mão-de-obra avulsa, muito demandado na época de colheita do produto. Dessa forma, muitos produtores reduziram os investimentos em adubação e em tratos culturais, contribuindo também para a redução da produtividade.