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Seminário Internacional aborda temas para o fortalecimento do mercado de capitais no Brasil

 

Por Andréa Rosa
Comunicação do CFC

Instrumentos financeiros, contratos de arrendamento mercantil (leasing) e o novo modelo de reconhecimento de Receita foram temas de destaque do XV Seminário Internacional do CPC, realizado no dia 15 de outubro, na sede da AMCHAM, em são Paulo. O evento, realizado pelas entidades que compõem o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), teve como objetivo atualizar os profissionais e debater as questões contábeis e de relatório financeiro entre os principais stakholders do mercado.

Os assuntos de destaque referem-se às novas normas que foram implementadas recentemente já que, algumas delas, afetam muitas empresas. Segundo Edison Arisa, coordenador Técnico do CPC, a temática é relevante para grande parte do segmento com o intuito de fortalecer o mercado de capitais brasileiro, principalmente nesse momento de crise em que estamos passando.

O processo de convergência começou com a edição da Lei nº 11.638, em dezembro de 2007 e, ao longo dos últimos anos foram emitidos diversos pronunciamento contábeis, orientações e interpretações, possibilitando que a contabilidade das empresas brasileiras ficasse em conformidade com as normas internacionais, emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB).

Para Zulmir Ivânio Breda, presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o Seminário Internacional do CPC é um dos eventos que contribui e continua contribuindo, ao longo do tempo, (eu tiraria essa parte) para reforçar o processo de convergência das normas internacionais de contabilidade no Brasil. “É um fórum muito importante que já está consolidado no calendário de eventos da contabilidade brasileira”, disse.

Solenidade de abertura

A mesa solene foi composta Alfried Plöger, coordenador de Relações Institucionais do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC); Francisco Sant’Anna, presidente do Ibracon Nacional; Zulmir Ivânio Breda, presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC); Eduardo Pocetti, presidente do Grupo Latinoamericano de Emisores de Normas de Información Financiera (Glenif); e Maria Helena Santana, trustee da Fundação IFRS.

Da direita para a esquerda: Alfried Plöger (CPC), Francisco Sant’Anna (Ibracon), Maria Helena Santana (Fundação IFRS), Zulmir Breda (CFC) e Eduardo Pocetti (Glenif) (foto: Andréa Rosa)

“Nunca se fez tanto em tão pouco tempo e que, significativamente, alterou a estrutura contábil das companhias abertas brasileiras”, disse Plöger em seu pronunciamento na abertura do evento. O coordenador de Relações Institucionais do CPC afirmou que o momento é oportuno para avaliar o atual estágio de adoção das normas internacionais de contabilidade. “Temos certeza de que esse evento contribuirá para dirimir dúvidas das questões que impactam as normas contábeis, como relato integrado e arrendamento mercantil (IFRS 16), entre outros assuntos”, concluiu.

O presidente do Ibracon Nacional ressaltou que a harmonização das normas contábeis é decisiva para que haja mais transparência na evidenciação das demonstrações financeiras consolidadas das empresas e para a sua comparabilidade – estejam onde estiver. Para Sant’Anna, embora algumas vezes haja divergências quanto à interpretação de determinadas regras, não devemos esquecer nunca de buscar o entendimento comum, objetivando sempre que a contabilidade traduza a perfeita linguagem dos eventos ocorridos. “Estamos sempre procurando caminhar bem à convergência das normas internacionais, cumprindo o papel que nos cabe. Com isso, a profissão contábil, está provendo, com grande suporte, a inserção de nosso País nos mercados globais”.

Durante a abertura do XV Seminário Internacional do CPC, o presidente do CFC, Zulmir Breda, lembrou que, no dia 14 de outubro, foi comemorado o World Standards Day (Dia Mundial das Normas), data em homenagem aos esforços de milhares de especialistas que desenvolvem padrões voluntários dentro de organizações de desenvolvimento de padrões. “Nada mais oportuno que realizar o Seminário do CPC próximo a uma data criada para conscientizar os reguladores, a indústria e os consumidores sobre a importância de padronização para a economia global”, disse Zulmir.

Breda apresentou resultados de uma pesquisa divulgada recentemente pela International Federation of Accountants (Ifac), onde foram ouvidas as 104 entidades que compõe a entidade, representando 80 países. A pesquisa apurou que 79% dos entrevistados adotam as Normas Internacionais de Auditoria (ISAs), em todos as auditorias obrigatórias; 61% adotam integralmente o Código de Ética para Contadores Profissionais; e, 91% dos pesquisados adotam as IFRS em seus países.