Política

Reforma administrativa tem baixas chances de avançar em 2020, projetam analistas políticos

Por outro lado, 57% dos entrevistados classificam como baixa a capacidade de o governo aprovar proposições no Congresso Nacional, ao passo que outros 43% a veem como regular. É a pior marca já registrada pelo levantamento.

Dividindo os deputados e senadores em três grupos (alinhados com o governo, incertos e de oposição), a média das estimativas aponta para uma base de 94 deputados (18,32%) e 15 senadores (18,52%). Já a oposição contaria com uma média de 160 deputados e 19 senadores. Apenas 7% dos entrevistados acreditam que a relação entre governo e parlamento vai melhorar nos próximos 6 meses, enquanto 50% projetam piora.

“Creio que a relação entre o Executivo e o Legislativo piorou neste mês de fevereiro, com as declarações desastradas de diferentes membros do governo, como o general [Augusto] Heleno, acerca do Congresso, de congressistas e das negociações entre os poderes. Também a conduta de membros do governo em sessões do Legislativo, como na CPMI das Fake News, não ajudou em nada. E as trágicas falas do presidente da República sobre e para jornalistas azedaram ainda mais o clima, em especial junto aos formadores de opinião. O governo ainda mantém algum apoio na sociedade entre empresários sequiosos por reformas econômicas, forças policiais nos estados (perigosamente) e segmentos mais radicalizados da população”, comenta um analista.

Para a maioria dos especialistas (64%), as recentes trocas no ministério promovidas por Bolsonaro têm impacto neutro sobre a interlocução com o parlamento. Outros 14% veem efeitos negativos, ao passo que 21% acreditam que a relação pode melhorar, sobretudo em função da migração de Rogério Marinho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia para o Ministério do Desenvolvimento Regional.

“A nomeação de Rogério Marinho para a pasta do Desenvolvimento Regional deve ter impactos positivos nas políticas comandadas pela pasta. Ainda, os novos postos de Onyx e Marinho reforçam a tese de que o Presidente tem a intenção de focar mais na área social, sobretudo na tentativa de se dissociar de políticas que foram marcas das gestões petistas. Apesar disso, não há indícios que apontem que o general Braga Netto irá reformular a dinâmica pela qual o Executivo opera sua relação com o Congresso”, observa um participante.

“A nomeação do general Braga Neto para a Casa Civil, a má vontade com a reforma administrativa e a declaração do general Heleno mostram um clima muito mais beligerante por parte do executivo neste início do ano”, pontua outro.

Mesmo assim, as projeções para duas das PECs do pacote Mais Brasil melhoraram em comparação com as últimas edições do Barômetro do Poder. Metade dos consultados veem chances altas de a PEC Emergencial ser aprovada. Também chegou a 50% o grupo dos que atribuem probabilidade alta de a PEC dos Fundos passar. Em janeiro, eram 36%.

“Acreditamos que a agenda avança, mas não pela capacidade do governo”, avalia um dos analistas.

Por outro lado, cresceu o contingente de pessimistas com a PEC do Pacto Federativo. De janeiro pra cá, saltou de 57% para 64% o grupo dos que projetam probabilidade baixa para aprovação da proposta. Já os que veem chances altas diminuíram de 14% para 7% no período.

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Fonte: Infomoney Blog Epolitica

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