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Produção industrial cai 9,1% em março de 2020

O segmento de bens de consumo duráveis recuou 9,7% em março de 2020 frente a igual período do ano anterior, após queda de dois dígitos em fevereiro (-10,6%), quando interrompeu cinco meses de resultados positivos consecutivos nesse tipo de comparação. O setor foi particularmente pressionado pela redução na fabricação de automóveis (-19,3%). Houve ainda os recuos de eletrodomésticos da “linha marrom” (-0,8%), de móveis (-8,8%) e de outros eletrodomésticos (-13,6%). Por outro lado, os principais impactos positivos foram verificados em eletrodomésticos da “linha branca” (8,7%) e motocicletas (12,8%).

O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis, ao recuar 7,1% no índice mensal de março de 2020, apontou a terceira taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde maio de 2018 (-9,4%) nesse tipo de comparação. O desempenho deve-se à queda de 24,6% verificada no grupamento de semiduráveis. Vale citar também os resultados negativos assinalados pelos grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-3,8%) e de carburantes (-11,9%). Por outro lado, o grupamento de não-duráveis (1,3%) apontou a única taxa positiva nessa categoria.

O setor de bens de capital recuou 3,9% em março de 2020, após também mostrar taxa negativa em fevereiro (-4,6%). O segmento foi influenciado pela queda no grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte (-10,0%). As demais taxas negativas foram registradas por bens de capital para fins industriais (-2,6%), de uso misto (-7,0%) e agrícolas (-5,1%). Por outro lado, os impactos positivos foram assinalados pelos grupamentos de bens de capital para energia elétrica (6,3%) e para construção (3,0%).

A produção de bens intermediários reduziu 1,7% em março de 2020, após mostrar avanço de 2,7% em fevereiro, quando interrompeu três meses de taxas negativas consecutivas nesse tipo de comparação. O resultado deve-se, principalmente, aos recuos nos produtos associados às atividades de produtos de veículos automotores, reboques e carrocerias (-19,5%), de minerais não-metálicos (-10,7%), de metalurgia (-5,8%), de produtos de borracha e de material plástico (-5,3%), de máquinas e equipamentos (-10,5%), de produtos de metal (-5,0%), de produtos têxteis (-6,8%) e de indústrias extrativas (-0,4%), enquanto as pressões positivas foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (13,8%), produtos alimentícios (5,7%), celulose, papel e produtos de papel (2,4%) e outros produtos químicos (0,1%).

Ainda nessa categoria econômica, vale citar os resultados dos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-4,8%), que apontou a quarta taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde maio de 2018 (-8,0%); e de embalagens (1,6%), no segundo mês seguido de crescimento nesse tipo de comparação.

No índice acumulado para janeiro-março de 2020, frente a igual período do ano anterior, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou redução de 1,7%, com resultados negativos em 4 das 4 grandes categorias econômicas, 18 dos 26 ramos, 46 dos 79 grupos e 56,3% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias (-9,0%) e indústrias extrativas (-5,8%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria, pressionadas, em grande medida, pelos itens automóveis, na primeira; e minérios de ferro, na segunda.

Vale destacar também as contribuições negativas assinaladas pelos ramos de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-10,9%), de bebidas (-4,3%), de produtos de minerais não-metálicos (-4,8%), de couro, artigos para viagem e calçados (-9,8%%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-11,2%), de impressão e reprodução de gravações (-23,1%), de outros equipamentos de transporte (-11,9%) e de metalurgia (-2,2%). Por outro lado, entre as oito atividades que apontaram ampliação na produção, a principal influência no total da indústria foi registrada por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (11,3%), impulsionada, em grande parte, pela maior fabricação dos itens óleos combustíveis e naftas para petroquímica. Outros impactos positivos importantes foram assinalados pelos ramos de produtos alimentícios (1,3%) e de celulose, papel e produtos de papel (3,0%).

Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os três primeiros meses de 2020 mostrou menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-6,4%), pressionada, sobretudo, pela redução na fabricação de automóveis (-14,9%). Os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (-3,2%) e de bens de capital (-1,8%) também assinalaram recuos mais elevados do que o observado na média nacional (-1,7%), enquanto o segmento de bens intermediários (-0,2%) apontou a taxa negativa mais moderada no índice acumulado no ano.
Infoeconomico informou
Fonte: IBGE

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