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PAS 2017: setor de serviços tem menos empresas, que empregam menos e pagam salários menores que em 2016

O setor de serviços tinha, em 2017, 1,307 milhão de empresas, que empregavam 12,302 milhões de pessoas e pagavam, em média, 2,2 salários mínimos. Houve redução nos três indicadores na comparação com 2016, quando totalizavam 1,330 milhão de empresas (-1,7%), com 12,345 milhões de pessoas ocupadas (-0,3%), pagando 2,3 salários mínimos. No período, foram fechadas 23,1 mil empresas, especialmente no setor de Serviços prestados principalmente às famílias e Transportes e correio (26,9 mil empresas). Os números também caíram em relação a 2014, época em que o setor de serviços contava com 1,321 milhão de empresas (-1,1%), 13,0 milhões de trabalhadores (-5,3%) com remuneração média de 2,4 salários mínimos.

É o que mostra a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2017, que analisa a estrutura produtiva do setor de Serviços não financeiros no país. A pesquisa revela também ter havido desconcentração nesse período. Isso porque as oito maiores empresas prestadoras de serviços não financeiros foram responsáveis por 9,5% da receita operacional líquida em 2017. Em 2008, elas respondiam por 14,0%.

Em 2017, as empresas do setor de serviços geraram R$ 1,5 trilhão de receita operacional liquida e R$ 906,5 bilhões de valor adicionado bruto, além de terem pago R$ 336,7 bilhões de salários, retiradas e outras remunerações.

Em dez anos, a atividade de Serviços de informação e comunicação perdeu importância relativa no total dos serviços, caindo da primeira para a terceira posição na participação da receita líquida, passando de 29,8%, em 2008, para 22,5%, em 2017. Contribuiu para isso a queda de relevância da atividade de Telecomunicações, cuja participação na receita caiu de 18,1% para 10,6%. Já o segmento de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que ocupava a segunda colocação há dez anos, passou a concentrar a maior parcela da receita operacional líquida (29,5%) em 2017, um aumento de 0,6 ponto percentual (p.p.), puxado pelo crescimento dos serviços ligados ao transporte rodoviário de cargas. A segunda maior receita líquida foi dos Serviços profissionais, administrativos e complementares (26,2%). Os demais segmentos mantiveram as posições do ranking na comparação com 2008.

O maior contingente de ocupados no setor, que correspondia a 4,9 milhões de pessoas (39,9%), atuava nos Serviços profissionais, administrativos e complementares, atividade em que se enquadram, por exemplo, as empresas de locação de mão de obra e vigilância. Em seguida, no ranking de maiores empregadores, apareceram Serviços prestados principalmente às famílias (22,6%), que passou da terceira para a segunda posição entre 2008 e 2017, e Transportes e serviços auxiliares aos transportes e correio (20,4%).

Serviços prestados às famílias concentram 12% da receita operacional líquida
Os serviços prestados principalmente às famílias, que englobam a prestação de serviços pessoais, alojamento, alimentação, ensino continuado e atividades culturais, aumentou a sua participação em 3,4 p.p., passando a concentrar 12,0% da receita operacional líquida. Contribuiu para este resultado a prestação de serviços de alimentação, que corresponde a 7,8% do faturamento dos Serviços e que avançou 2,5 p.p. no período de dez anos.

As atividades imobiliárias, que correspondem à compra/venda/aluguel bem como os serviços de intermediação neste processo, concentraram 2,4% da receita operacional líquida e não apresentaram mudanças estruturais significativas no período.
A prestação de serviços de manutenção e reparação mantiveram sua fatia praticamente estável entre 2008 e 2017, variando 0,3 p.p. e acumulando 1,8% da receita operacional líquida em 2017. A manutenção e reparação de veículos foi o componente que mais avançou no período (0,2 p.p.), passando a concentrar 1,0% do faturamento dos Serviços.

Finalmente, as outras atividades de serviços, as quais representam atividades não enquadradas anteriormente – como serviços auxiliares da agropecuária, financeiros, atuariais e de coleta/tratamento de esgoto – somaram 5,6% da receita operacional líquida. A atividade de serviços auxiliares financeiros, dos seguros e da previdência complementar, que corresponde à maior fatia deste segmento, concentrou 3,6% do faturamento dos Serviços e aumentou sua participação em 0,5 p.p. nos últimos dez anos da pesquisa.

A pesquisa mostra que o setor de serviços é bastante desconcentrado. As oito maiores empresas investigadas responderam por 9,5% da receita operacional líquida do setor em 2017. Todos os segmentos apresentaram redução na concentração entre 2008 e 2017, exceto as empresas classificadas em outras atividades de serviços, que aumentaram o indicador de concentração em 6,4 p.p, passando a reunir 16,6% da receita nas oito maiores empresas.

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