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Índice de Preços ao Produtor sobe 2,93% em setembro

Tiveram destaque nos resultados, os seguintes setores:

Indústrias extrativas: em setembro, os preços do setor aumentaram 12,82%, destacando-se entre as maiores variações observadas no mês. Tal variação teve influência destacada sobre o indicador da indústria geral (0,57 p.p. sobre 2,93%). Com este resultado, o acumulado no ano ficou em 41,64%. A variação do indicador acumulado do setor teve influência de 1,63 p.p. sobre o indicador geral (14,02%). Na comparação do mês atual com o mesmo mês do ano anterior, houve variação de 56,90%. Assim, a atividade também se destacou na influência sobre o indicador M/M-12 da indústria geral (2,08 p.p. em 18,20%).

As variações observadas nos indicadores do setor foram impactadas, principalmente, pelos preços dos minérios de ferro e dos óleos brutos de petróleo.

Alimentos: depois de dois meses com variações negativas de preços, na comparação de setembro contra agosto, os preços do setor variaram em média 0,69%. Com isso, o acumulado no ano atingiu 8,96%, que é o terceiro maior resultado da série para setembro (perde para setembro de 2012, 15,21%, e setembro de 2015, 10,14%). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a variação foi de 10,10%, que é a maior observada depois de setembro de 2016 (12,07%).

A seleção da atividade, além do fato de ser o setor de maior peso no cálculo do IPP, se deveu à razão de ser a terceira maior influência no acumulado no ano (1,71 p.p. em 14,02%). Os produtos que se destacaram nessa perspectiva estão atrelados ao comportamento do câmbio (como é o caso de “resíduos da extração de soja”, “sucos concentrados de laranja” e “farinha de trigo”, os dois primeiros por conta de o Brasil ser exportador, o último por ser importador) e, no caso de “leite esterilizado / UHT / Longa Vida”, a menor oferta do produto ao longo do primeiro semestre do ano.

Dos quatro produtos que se destacaram, na comparação setembro 2018/agosto 2018, dois (“carnes e miudezas de aves congeladas” e “sucos concentrados de laranja”) tiveram variação positiva de preços e dois, negativa (“resíduos da extração de soja” e “leite esterilizado / UHT / Longa Vida”), sendo que a influência conjunta deles foi de 0,03 p.p. em 0,69%. Isso significa que 0,66 p.p. foi a influência dos demais 39 produtos que compõem a amostra do setor.

O câmbio, com depreciação do Real de aproximadamente 4,8% em setembro, impacta diretamente o preço de “sucos concentrado de laranja” e deveria ter feito o mesmo no caso de “resíduos da extração de soja”, mas, neste caso, apesar de a maioria das empresas apresentarem variação positiva de preços na venda dos produtos, algumas importantes negociaram com desconto. A baixa oferta de frangos explica a variação positiva dos preços, enquanto a captação maior nas bacias leiteiras em setembro está em linha com a queda do preço no mês.

Refino de petróleo e produtos de álcool: depois de dois meses com variações de preços menos intensas, os preços do setor variaram em média 7,44%, a maior da série, pouco maior do que a de maio (7,36%), até então a maior. Com o resultado de setembro, o acumulado no ano foi a 24,98%, o maior para este mês do ano. Para se ter uma ideia, a média dos outros oito resultados (a série tem início em 2010) é de 2,49%. Por fim, na comparação setembro 2018/setembro 2017, a variação foi de 37,72%, a terceira maior da série, que tem seus dois maiores resultados também em 2018 (42,41% em julho e 40,10% em junho).

O setor foi destaque em todos os indicadores explorados. Em termos de variação, foi o segundo na comparação M/M-1 e terceiro nas outras duas. Em termos de influência foi o primeiro em todas elas (0,89 p.p., em 2,93%, no M/M-1; 2,86 p.p., em 14,02, no acumulado no ano; e 4,06 p.p. em 18,20%, no M/M-12)

Outros produtos químicos: a indústria química no mês de setembro apresentou uma variação média de preços, em relação a agosto, de 4,52%, terceira maior variação entre todas as atividades analisadas pelo IPP, completando treze meses seguidos de elevação de preços. Com isso houve uma variação positiva de 29,08% no acumulado no ano (a maior ocorrida em um mês de setembro, desde o início da série em 2010) e 38,04% nos 12 últimos meses (maior variação alcançada para esta atividade em toda a série), situação bem diversa da que ocorreu em setembro de 2017, quando, por exemplo, o acumulado no ano foi de 1,66% e o acumulado em 12 meses, de 1,92%.