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Ibovespa Futuro sobe com investidores à espera de dados de emprego nos EUA; dólar tem nova queda

Em evento promovido pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) na quinta à noite, o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que um desentendimento político impede a tramitação da reforma tributária no Congresso.

“Colaboramos com a segunda fase, a Vanessa (Canado, assessora especial do Ministério da Economia), que trabalha conosco, estava em conexão direta com o relator Aguinaldo (Ribeiro, PP-PB), fornecendo os nossos ‘insights’ sobre a segunda fase, que eram os impostos indiretos, IPIs (Imposto sobre Produto Industrializado), seletivos, etc”, afirmou Guedes.

“E, de repente, com esse impasse político, esse desentendimento político envolvendo a disputa da presidência da Câmara, a conversa está mais ou menos interrompida.”

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar se permite que os atuais presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), podem disputar a reeleição para se manterem em seus cargos até fevereiro de 2023.

Os mandatos de ambos têm sido marcados por enfrentamentos com o governo de Jair Bolsonaro. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, articulações políticas de bastidores, mudanças constitucionais recentes e a simpatia de ministros do STF com a postura dos dois líderes em relação ao governo têm alimentado a esperança de que ambos possam se manter em seus cargos.

Gilmar Mendes e Dias Toffoli votaram na madrugada desta sexta para permitir reeleição de Maia e Alcolumbre. O julgamento de ação está previsto para durar uma semana, mas pode ser interrompido a qualquer momento caso algum integrante da Corte peça vista ou destaque; ainda faltam votar 8 ministros. Indicado por Bolsonaro e terceiro ministro a votar em plena madrugada, Kassio Nunes Marques votou contra uma eventual candidatura de Maia à reeleição.

Apesar de falar em “impasse político”, Guedes disse acreditar que a reforma tributária pode sair rapidamente. “Acho que nós vamos fazer um acordo rapidamente, isso pode ser retomado, ou agora ou então depois, mas a verdade é que vamos fazer essa reforma”, pontuou.

Além disso, o Senado aprovou na quinta o projeto de lei que determina que a vacina contra a covid-19 seja direito de todos e gratuita, com prioridade para grupos-chave. O projeto diz também que o SUS (Sistema Único de Saúde) terá prioridade na compra das vacinas até que as metas de imunização sejam cumpridas. A proposta segue para a Câmara dos Deputados.

Na quarta-feira, o Ministério da Saúde anunciou que prevê que a vacinação no país se inicie entre março e junho de 2021.
Na quinta, no entanto, o governador de São Paulo João Doria criticou a previsão, e disse acreditar que o estado deve começar a aplicar já em janeiro a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac. Ela deve ser produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, a partir de insumos importados da China.

Bolsonaro fala sobre crescimento da economia e energia

Sem fazer uma referência direta aos dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pela manhã da véspera, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, em sua live semanal na noite de quinta-feira, que a economia do país está retomando seu crescimento em V. “Economicamente estamos crescendo em V, como dizia o Paulo Guedes, né? Realmente, os dados são fantásticos”, disse Bolsonaro.

O próprio ministro da Economia admitiu mais cedo, no entanto, que o resultado do terceiro trimestre ficou abaixo do esperado, ainda que mostre uma retomada em V.

O PIB do Brasil cresceu 7,7% no período de julho a setembro na comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados na manhã de quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior expansão registrada no terceiro trimestre pelo instituto desde que iniciou os cálculos do PIB trimestral, em 1996. Mas ainda é insuficiente para recuperar as perdas com a pandemia no país, de 1,5% do PIB no primeiro trimestre, e de 9,6% do PIB no segundo trimestre.

Dessa forma, na comparação com o mesmo período de 2019 houve retração de 3,9% no PIB. O patamar também fica 7,3% abaixo do pico registrado no início de 2014.  Os resultados também ficam abaixo da expectativa do mercado. Analistas consultados pela agência internacional Bloomberg projetavam crescimento de 8,7% no terceiro trimestre frente o trimestre imediatamente anterior, e queda de 3,6% em relação ao mesmo período de 2019. O Ministério da Economia projetava expansão de 8,3% na comparação entre segundo e terceiro trimestres. Confira a análise clicando aqui. 

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