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Real tem espaço para ganhos após novembro recorde

O overhedge é uma proteção cambial adicional adotada por bancos que deixou de ser interessante depois de mudanças, anunciadas no começo do ano, em regras tributárias. Desfazer o overhedge implica compra de dólares, movimento em curso desde os primeiros meses do ano e que, segundo analistas, tem grande peso na disparada de 33,24% do dólar em 2020.

 

“Janela de oportunidade”

No cômputo geral, o Barclays se diz “neutro” na moeda brasileira neste quarto trimestre de 2020, citando elevados prêmios de risco. Mas o banco enxerga que o mercado pode se tornar “muito otimista” no primeiro semestre de 2021 se a incerteza fiscal diminuir (ainda que temporariamente), se a economia global se recuperar e se os riscos relacionados à Covid-19 forem reduzidos.

“O posicionamento leve, valuations atrativos e um beta alto ao ambiente offshore mais construtivo trazem uma janela de oportunidade para apreciação do real no final do primeiro trimestre de 2021”, disseram em relatório Roberto Secemski, Juan Prada e Sebastian Vargas.

O Barclays projeta que o dólar terminará 2020 em R$ 5,35 e que ficará em R$ 5,15 ao fim do primeiro trimestre de 2021, indo a R$ 5,05, R$ 5,15 e R$ 5,25 no fechamento dos demais trimestres, respectivamente.

A percepção de que o real poderá ter desempenho melhor que seus pares também está aumentando entre gestores regionais. Pesquisa do Bank of America com gestores de fundos da América Latina neste mês mostrou que 49% dos que responderam esperam que a moeda brasileira tenha desempenho superior a seus rivais dentro de seis meses, maior porcentagem dentre as divisas latino-americanas.

Uma fatia de 65% vê o dólar abaixo de R$ 5,30 ao fim do ano (contra 27% da sondagem do mês passado) e 45% veem a divisa norte-americana até abaixo de R$ 5,10.

A despeito das avaliações de maneira geral favoráveis, alguns bancos ainda carregam cenário mais pessimista para o câmbio.

O Société Générale, por exemplo, vê o dólar em alta de 8,90% ante o real de hoje até o fim de 2021, prevendo taxa de câmbio de R$ 5,80 ao término do ano que vem. A cotação deverá fechar o primeiro trimestre de 2021 em R$ 5,70, nas contas do banco francês, que vê a América Latina com performance inferior a outras regiões.

“O ciclo de baixa de longo prazo nas moedas emergentes não acabou”, disseram analistas do banco em relatório de cenários. “Os principais riscos negativos para as moedas de mercados emergentes são uma recuperação menos poderosa do crescimento do que a que está nos preços dos mercados e uma correção no euro”, concluíram. (Com Reuters)

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Fonte: FORBES

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