Política

Qual a melhor forma de investir na minha carreira: cursos de tecnologia ou novo idioma?

Pergunta do leitor: “Qual a melhor forma de investir na minha carreira: faço um curso voltado para ferramentas de tecnologia ou aprendo um novo idioma?”

Resposta de Betania Tanure*: 

“Se você pode investir em sua carreira, a melhor opção não é necessariamente aprender um novo idioma nem apostar em um novo curso de tecnologia. Para uma escolha certeira, que gere melhores resultados, invista antes em autoconhecimento.

Qual seria, então, o caminho para o autoconhecimento e por que ele deve ser a primeira escolha?

O autoconhecimento é uma forma eficaz de investigar seu “lado sol”, seu “lado sombra”, seus potenciais, desejos, expectativas e seu propósito de vida e então, somente a partir daí, fazer as escolhas profissionais corretas.

Seu propósito de vida, que só você é capaz de determinar, irá lastrear as suas escolhas profissionais e lhe ajudar a encontrar energia, alegria e coragem para enfrentar as adversidades que surgirem ao longo da sua jornada. Escolhas também significam renúncias.

Vou usar um recurso simbólico para abordar didaticamente essas complexas possibilidades dividindo-as em duas principais “avenidas”, que você deve mapear em si mesmo: a avenida das competências soft, as relacionadas às emoções, e a avenida das competências hard, em que se encontram o conhecimento de um terceiro idioma, as ferramentas de tecnologia e tantas outras.

Soft skills

Vamos à primeira e mais complexa avenida: você conhece o fluxo das suas emoções? Sabe o que, ou quem, lhe tira do eixo? Não se esqueça de que “quem te faz raiva te controla”.

Só o autoconhecimento pode lhe ajudar você a não viver essa experiência, a administrar suas emoções.

Este é um investimento que você precisa fazer, encare o desafio: busque o conhecimento profundo de suas próprias expectativas, seus desejos, suas dificuldades, seus limites. Descubra o que lhe traz energia e o que lhe consome, o que lhe faz perder o eixo. Que partes do seu mundo interior você mais requisita? Que partes esquece ou guarda a sete chaves?

O autoconhecimento começa pela aceitação do próprio diagnóstico de personalidade, que tem dois componentes: o temperamento e o caráter.

O temperamento, de natureza orgânica, bioquímica, é uma condição natural do indivíduo, que o leva a reagir aos estímulos de determinada forma.

É a predisposição emocional de lidar com a realidade da vida. Enquanto alguns não se alteram diante de surpresas da realidade, como uma crise ou, exemplo único, a pandemia que vivemos hoje com o novo coronavírus, outros têm seu equilíbrio emocional abalado toda vez que a realidade se mostra diferente do que esperavam.

O caráter é a capacidade da pessoa de disciplinar seu comportamento, e para isso pode ser necessário que ela saiba controlar seu temperamento. O indivíduo mau caráter é aquele que não mostra consistência entre o que sente e o que faz, uma vez que não consegue construir uma unidade de pensamento.

Já o bom caráter é aquele que o indivíduo desenvolveu de forma satisfatória, o que lhe permite ser uma pessoa melhor, feliz, capaz de fazer a sua história com intencionalidade positiva, e não à mercê dos acontecimentos, em prejuízo de outros.

Você já tem elementos para fazer um primeiro mergulho em seu temperamento e em seu caráter. Olhe honestamente para eles, “de cara limpa”, sem máscaras. Faça seu diagnóstico. E não ache que isso é conversa fiada, é prioridade de negócio!

Hard skills

A segunda avenida é a de conhecimentos mais técnicos. Que conhecimentos é preciso incorporar? Novas ferramentas de tecnologia, terceiro idioma, finanças, operações, supply, estratégia de negócio…?

São muitos os conhecimentos que podem ser adquiridos em inúmeros cursos, online inclusive, no atual cenário de pandemia. Conhecimentos que os bons cursos de pós-graduação ou MBAs têm na sua primeira página.

Percebe-se, portanto, que, objetivamente falando, a escolha dos conhecimentos em que você deve investir tem como pré-requisito o reconhecimento das suas lacunas e do seu potencial versus expectativas profissionais e – não esqueça! –  seu propósito maior. Por mais frustrante que isso possa parecer, não existe receita pronta.

O investimento que você deve fazer na sua carreira dependerá de onde você está e para onde quer ir.

É a diferença entre esses dois pontos que vai ajudar você a definir a sua rota correta de desenvolvimento”.

Tem alguma dúvida sobre carreira? Envie sua pergunta para o e-mail carreira@infomoney.com.br. A próxima resposta dos nossos especialistas pode ser a sua!

*Betania Tanure é sócia-fundadora da consultoria BTA (Betania Tanure Associados), que auxilia companhias nacionais e internacionais na gestão de cultura, equipes de alta performance, liderança e gestão empresarial.

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Fonte: Infomoney Blog Epolitica

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