Tecnologia

IT ForOn Series aborda importância de estabelecer parcerias contra Covid-19

O segundo episódio do IT ForOn Series trouxe economista e inovador Guilherme Lichand para conversar com Marcello Gonçalves, executivo do mercado financeiro e co-fundador da DOMO Invest, para falar sobre como sociedade, governo e empresas precisam trabalhar em conjunto tanto no momento atual como no pós-coronavírus, para reduzir ao máximo os impactos negativos no futuro. 

Ambos iniciaram a fala comentando sobre as particularidades dessa crise, que por compreender o universo da saúde conseguiu impactar toda a sociedade e mobilizar pessoas de diferentes classes. Sem esquecer de que o ônus inicial causado pelo período de quarentena infelizmente recai na população mais vulnerável. 

“A crise começou democrática, mas agora o governo precisa atuar para ajudar as pessoas”, afirma Linchand, que enxerga dois caminhos que podem ser tomados: ou a instituição pública utiliza os recursos em caixa para garantir instabilidade maior na retomada do comércio ou as medidas de auxílio voltarão na forma de maior taxação em impostos. 

Gonçalves, da Domo, também levanta a questão de que, apesar de o momento atual exigir planejamento e esforços conjuntos, é essencial que instituir uma equipe para organizar como será o momento de “volta à realidade” no Brasil: “Eu gostaria muito de ver ações mais coesas entre governo e sociedade civil no sentido de como faremos a volta [da quarentena]”. 

Coalizão de suporte 

Perguntados sobre como o mercado de tecnologia poderia auxiliar o governo nesse momento, os dois especialistas acreditam que há bastante espaço para atuação, em especial quando se fala no ensino à distância. “Os governos estão se mobilizando para fornecer aulas on-lines, mas não é o melhor formato”, afirma Lichand. 

Para Gonçalves, o melhor modelo de trabalho seria aquele no qual as startups entrariam com a tecnologia e o governo com a base de dados e também uma possível flexibilização para garantir que as medidas de auxílio cheguem aos mais vulneráveis.  

O economista também aposta que o trabalho em conjunto é a solução com melhor custo-benefício: “Esse é um desses momentos desses em que existe consenso […]vamos depender do jogo cruzado da política, não só depender da equipe econômica do governo”.  

Um exemplo dessa intermediação, de acordo com Lichand, foi ao aumento da emergencial, que da proposta de R$ 200 formulada inicialmente pelo Poder Executivo, passou para R$ 600 após avaliação do Legislativo. E ainda, de acordo com o profissional, há a possibilidade de que esse valor aumente. 

Nova realidade no longo prazo 

A situação atual de quarentena trouxe dificuldades até para empresas que, teoricamente, deveriam estar com os números da receita crescendo durante a crise.

Falando sobre empresas que integram a economia da conveniência, Lichand explicou que integra o conselho do Uber Money (divisão financeira da ride-hailing) e que a empresa está com dificuldades para operar o serviço de entregas pois muitos restaurantes optaram por fechar neste período 

“A economia da conveniência passou a ser economia da necessidade. Acho que mesmo essas empresas, de delivery, também estão sofrendo porque os restaurantes estão indo mal, a economia é conectada.”, explica. 

Para Gonçalves, um aspecto marcante causado pelomomento atual será uma maior digitalização das pessoas”. Eu não acredito que o mundo será 100% on-line, mas ele ficará mais on-line do que é hoje”.  

O investidor ressalta que esse novo hábito de consumo pela internet estará ainda mais presente na população classificada atualmente como parte do grupo de risco, que está se aventurando a realizar compras on-line por falta de opção. 

Direcionando a conversa para o lado dos negócios, Gonçalves
explica que os profissionais de venture capital estão atualmente
preocupados em conservar o valor das empresas que já estão sob seus
guarda-chuvas. Mas que o futuro poderá trazer muitas vantagens para
negócios que começam a ser explorados por conta do distanciamento
social. 

“Vejo muito potencial em plataformas de EAD, porque o jovem do futuro estará mais inclinado a esse tipo de aprendizado do que hoje. Também há muito em segmentos como telemedicina e empresas de software no geral”, afirma. 

Source: Computer Word

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