IBGE prevê safra de grãos 1,7% maior em 2019
Na região Nordeste, destaque para Bahia, Maranhão e Piauí, estados que, juntamente com o Tocantins (Região Norte), integram o “MATOPIBA”, região de acelerada expansão agrícola em decorrência de abertura de novas áreas de plantio no bioma Cerrado desses estados. Bahia, com 4,9 milhões de toneladas, estimou declínio de 20,8%. Maranhão, com uma produção estimada de 3,0 milhões de toneladas, estimou aumento de 10,6% em relação a 2018, enquanto que o Piauí, com uma produção estimada de 1,9 milhão de toneladas, estimou declínio de 23,7%. Na região Norte, os destaques foram Tocantins, Rondônia e Pará, que estimaram produções de 2,5, 0,9 e 1,8 milhão de toneladas, respectivamente. O plantio de verão adiantou em alguns estados. As chuvas em 2018 começaram mais cedo, ganhando força a partir da segunda quinzena de outubro, com os produtores aproveitando o aumento de sua intensidade, para iniciar o plantio, pois propiciaram condições adequadas de umidade no solo.
Destaques na estimativa de novembro de 2018 em relação a outubro
Em novembro, destacaram-se variações nas seguintes estimativas, na comparação ao mês de outubro: castanha de caju (4,0%), tomate (3,4%), café arábica (2,5%), feijão 3ª safra (1,6%), cana-de-açúcar (0,4%), milho 2ª safra (0,4%), algodão herbáceo (0,2%), soja (0,2%), feijão 2ª safra (0,2%), milho 1ªsafra (-0,1%), café canephora (-0,5%), feijão 1ª safra (-1,0%), aveia (-1,3%), trigo (-2,2%), sorgo (-2,9%) e cevada (-9,2%).
Com relação à variação absoluta, os destaques positivos couberam à cana-de-açúcar (2.512.285 t), ao milho 2ª safra (197.864 t), à soja (189.675 t), tomate (47.377 t), ao café arábica (64 726 t), ao feijão 3ª safra (6 920 t) e à castanha-de-caju (4 942 t). Os destaques negativos ficaram com o trigo (126.379 t), o milho 1ª safra (36.170 t), o feijão 1ª safra (15.229 t) e o café canéfora (4.180 t).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – Em relação ao mês anterior, a produção do algodão cresceu 0,2%. Para Goiás e Minas Gerais, foram estimados aumentos de 8,4% e 0,9% na produção, respectivamente. As alterações representam ajustes normais verificados ao final de fechamento de safra. A produção de algodão somou 4,9 milhões de toneladas, crescimento de 28,6% em relação ao ano anterior. A área plantada cresceu 23,8% e o rendimento médio 3,9%. Preços compensadores, em decorrência do aumento da demanda internacional, maior emprego de tecnologia pelos produtores e clima favorável na Bahia e no Mato Grosso, principais estados produtores do País, foram os precursores da excelente safra colhida este ano. Esses estados, conjuntamente, responderam por 89,7% da produção nacional.
CAFÉ (em grão) – A produção brasileira de café este ano foi mais um recorde da série histórica do IBGE. Ao todo, o país produziu 3,6 milhões de toneladas, ou 59,6 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 1,7% em relação ao mês anterior. Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,7 milhões de toneladas, ou 44,8 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 2,5% em relação ao mês anterior. Em novembro, Minas Gerais reavaliou suas estimativas de produção, estimando aumento de 3,5% no total a ser colhido. A produção mineira deve alcançar 1,9 milhão de toneladas, ou 31,4 milhões de sacas de 60 kg, figurando-se como maior produtor do País, com participação de 70,2% do total produzido.
Em relação ao ano anterior, a produção do café arábica apresentou crescimento de 28,2%. A excelente safra decorreu da bienalidade positiva, do clima mais chuvoso nas principais regiões produtoras e dos maiores investimentos em tratos culturais realizados pelos produtores. Para o café canephora, a produção estimada, de 888,6 mil toneladas, ou 14,8 milhões de sacas de 60 kg, encontra-se 0,5% menor que a do mês anterior.
Em novembro, houve redução das produções de Rondônia (1,2%) e Minas Gerais (12,3%). Em relação ao ano anterior, a produção do café canephora apresentou crescimento de 30,4%, sendo que os aumentos mais consideráveis foram informados pelos estados do Espírito Santo (53,0%) e Bahia (15,7%). A produção desses estados vem se recuperando nos últimos anos, após ter sofrido drástica redução, em decorrência de longo período de estiagem.
CANA-DE-AÇÚCAR – A estimativa para a produção brasileira, de 675,4 milhões de toneladas, apresentou decréscimo de 0,4% em relação ao mês anterior. Em Alagoas, houve crescimento de 11,1% na estimativa da produção, devendo ser colhidas 17,2 milhões de toneladas, enquanto que, em Minas Gerais, houve crescimento de 1,1%. Em relação a 2017, a estimativa apresenta queda de 1,8%. Importantes áreas produtoras do Estado de São Paulo foram afetadas pela estiagem que reduziu a produtividade em 2,5%. Além disso, com a baixa rentabilidade, os produtores acabam não reformando suas lavouras na época recomendada, podendo haver declínio da produtividade em decorrência do envelhecimento dos canaviais.