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É o momento de investir em bitcoin?

Julian Popov/EyeEm/Getty ImagesExistem mais de 1.500 criptomoedas diferentes, mas o Bitcoin é o mais conhecido
Todas as vezes que o Bitcoin se movimenta, sobe ou cai, ele toma as manchetes do jornal. Há anos que isso se repete de forma cíclica. Toda vez que a moeda se valoriza principalmente, o preço sobe e as pessoas começam a falar de Bitcoin e dessa vez não é diferente. Mais uma vez temos uma grande valorização do Bitcoin e virou o assunto da moda.
O QUE É O BITCOIN
Eu digo que o Bitcoin é uma reserva de valor ou operação para trade, para especulação onde espera-se apenas a valorização da moeda. Sim, trata-se de uma moeda, uma moeda digital, é uma criptomoeda, um criptoativo como dizem. Ele foi apresentado em 2007 num fórum da internet por um programador do fórum que usava o pseudônimo de Satoshi Nakamoto e é uma ideia de um sistema de pagamento de pessoa para pessoa diretamente sem intermediários bancários, onde se cria um sistema bancário livre e você não depende de uma instituição financeira.
Esse sistema está baseado na ideia de Blockchain, que é um livro contábil gigante e compartilhado, onde os próprios membros vão autenticar essa operação. Isso é feito de forma conjunta por milhares de usuários no mundo inteiro e esse conjunto de pessoas autenticando e confirmando as operações é que faz realmente as coisas serem válidas.
As pessoas que fazem essas autenticações, ganham pequenas frações como remuneração e esse processo se chama “mineração”. E aí o que temos são múltiplas pessoas confirmando as transações de milhões de pessoas, é o próprio sistema sendo responsável pelo próprio sistema, não tem uma instituição financeira central, um Banco Central que controla, organiza e é responsável por tudo isso.
O Bitcoin é uma moeda livre e surgiu com essa ideia de dar liberdade aos seus usuários, mas isso é bom e ruim, tem seus prós e contras.
É sempre importante pontuar que não existe só o Bitcoin, ele é apenas uma das mais de 1500 moedas digitais que existem e é difícil dizer qual a melhor delas e principalmente a moeda que vai durar e existir daqui há muito tempo. Hoje cada vez mais se fala de Bitcoin, pois é a mais antiga e a principal moeda desse mercado de criptoativos, mas existem diversas outras e cada uma está ligada a um projeto diferente. É importante conhecer o projeto pra ver se faz sentido pra você, então você poderá realiza a compra do Bitcoin ou de qualquer outra Criptomoeda, acreditando na sua valorização.
O RISCO E A REGULAÇÃO
As criptomoedas, são um mercado não regulado no Brasil, ou seja, a CVM que é o órgão responsável pelo controle e fiscalização da renda variável, não tem nenhuma relação com o Bitcoin. Por não ser regulado, as instituições financeiras oficiais, como bancos e corretoras, não podem atuar nesse mercado e por isso você não pode comprar ou vender criptomoedas nessas instituições.
COMO COMPRAR
Então como fazer para comprar e vender Bitcoin? Você vai precisar de uma Exchange, que é uma empresa que funciona como se fosse uma corretora, onde tem os clientes que compram e vendem entre si. Você até pode comprar diretamente de uma outra pessoa, mas é extremamente arriscado, porque você pode pagar e a pessoa sumir.
Para conseguir negociar as criptomoedas, você tem de abrir uma conta na Exchange, você tem de cadastrar sua conta do banco e mandar o dinheiro pra Exchange e aí sim conseguir comprar a criptomoeda.
Diferentemente do que acontece na Bolsa de Valores onde você tem a Bolsa como agente centralizador e você consegue comprar entre corretoras, a Exchange atua como se fosse a própria Bolsa e a própria corretora, porque você só consegue negociar os ativos de quem está ali dentro da mesma Exchange. Por este aspecto, vale a pena você usar as
maiores exchanges, do Brasil e do mundo.
Diferente também de como acontece na Bolsa de Valores, onde você compra o ativo e ele fica registrado na sua custódia, no caso da Exchange, existe o risco da Exchange ser hackeada e suas criptomoedas serem roubadas.Para evitar essa possibilidade a melhor maneira é tirar as suas criptomoedas da Exchange e colocar em uma carteira digital chamada Wallet. Essa Wallet pode ser em forma de app, site, pendrive etc
Com o objetivo de facilitar esse acesso ao mercado de criptomoedas, recentemente foram criados fundos de investimento com o objetivo de investir em criptomoedas. Como são fundos abertos, desses que você investe num banco ou corretora, você pode investir neles através de seu Banco ou corretora e sem precisar se preocupar com a negociação da criptomoeda e a guarda dela numa Wallet. A desvantagem desses fundos é a existência de valores mínimos e a cobrança de taxa de administração.
Falando em risco é importante recordar que o bitcoin pode subir ou pode cair, ele tem esse risco de volatilidade inerente ao mercado de renda variável.
É HORA DE COMPRAR?
O Bitcoin está se popularizando já há bastante tempo, mas anos 2020/2021 aconteceram alguns movimentos que contribuíram para isso, como por exemplo, alguns bancos com uma visão mais otimista sobre a moeda, fundos específicos de criptomoedas sendo criados e recentemente a grande influência no mercado exercida por Elon Musk, fundador da SpaceX e da Tesla, que abordou o tema do bitcoin nas suas redes sociais, passou a aceitar Bitcoin como forma de pagamento pelo automóveis elétricos da Tesla e afirma que a empresa comprou de 1,5 Bilhões de dólares em bitcoins, levando a moeda a valorizar e renovar os seus recordes.
Todos esses fatos tornam a moeda mais e mais conhecida e aceita, isso faz com que a expectativa por uma maior adoção da moeda possa acontecer e o futuro de uma criptomoeda vem justamente da sua aceitação. Uma moeda amplamente aceita, tende a se valorizar, porém uma moeda que não é aceita, cai em descredito.
Eu tenho Bitcoin e outras criptomoedas há alguns anos e acredito que o Bitcoin deve continuar se valorizando à medida que for se popularizando, mas estou ciente que o preço dela pode cair muito caso aconteça alguma crise de confiança com a moeda, por isso recomendo o estudo da tecnologia para que cada um tenha a consciência do que está comprando e certeza de que isso faz ou não sentido pra sua carteira e dentro de um limite de risco aceitável.
Eduardo Mira é formado em telecomunicações, com pós-graduação em pedagogia empresarial e MBA em gestão de investimento. É analista CNPI, certificado CPA10 e CPA20, ex-gerente do banco do Brasil e da corretora Modal.

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Fonte: FORBES

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