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Com fundos brasileiros à bordo, Loggi levanta R$ 1,1 bilhão para expandir

DivulgaçãoThibaud Lecuyer, CFO da Loggi: impulsionada pelo aumento no e-commerce, a startup teve um aumento de 360% no volume de entregas desde o surgimento da pandemia
A startup de logística Loggi captou R$ 1,1 bilhão (US$ 212 milhões) na maior rodada de sua história para expandir sua atuação nacional, e precisou conter a demanda de investidores por apoiar a estratégia de expansão da empresa, cujo valor atual de mercado se aproxima dos US$ 2 bilhões.
O aporte série F foi liderado pelo CapSur Capital, fundo brasileiro liderado por Marcelo Arins, e atraiu o fundo multimercado Verde, de Luis Stuhlberger, bem como os investidores existentes Monashees, GGV, Microsoft, Sunley House e SoftBank. Segundo Thibaud Lecuyer, chief financial officer da empresa, o aporte reflete uma percepção do potencial do segmento em que a Loggi opera, além da capacidade de execução da empresa, cujo volume de entregas cresceu 360% na pandemia, impulsionada pelo aumento de compras online.
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“Alguns investidores já achavam que e-commerce era o futuro, e os que ainda tinham dúvidas foram convencidos à força, com a pandemia”, conta o empreendedor francês, em entrevista à Forbes. Lecuyer acrescenta que o reiterado apoio de fundos como a Monashees, que investiu na Loggi pela primeira vez há cinco anos, é uma demonstração de confiança na estratégia da startup fundada em 2013 e liderada por Fabien Mendez.
Segundo o CFO, a Loggi estava aberta a formas de acelerar sua expansão, mas tinha dúvidas sobre a necessidade de uma nova rodada – segundo Lecuyer, a empresa ainda conserva a maioria do capital da rodada anterior de US$ 150 milhões, fechada em junho de 2019. Porém, o conselho da empresa levou em consideração movimentos observados em momentos que, de certa forma, se assemelham à atual crise.
“Análises da primeira epidemia do SARS nos mostram que companhias chinesas que investiram pesadamente em tecnologia e automação antes dos outros tiveram um desempenho muito superior anos depois: estamos exatamente neste mesmo momento no Brasil”, ressalta o empreendedor, cuja empresa tem entre seus clientes a Amazon, Mercado Livre e Magalu.
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Com estes elementos em mente, a empresa, cuja operação logística utiliza sofisticados algoritmos para tornar as rotas mais eficientes e reduzir o custo de entregas, começou a ouvir as abordagens do mercado investidor em agosto de 2020. No início de dezembro, o term sheet (documento de acordo pré-investimento) estava assinado. Segundo Lecuyer, a oferta do mercado já se aproximava de US$ 300 milhões, mas a Loggi optou por uma abordagem mais conservadora.
“Poderia ter sido um mega-round, mas tudo tem princípios: precisamos considerar o quanto precisamos [de capital], com margem de segurança, para executar o plano dos sonhos, e também precisamos ser responsáveis com o dinheiro dos nossos investidores”, aponta o CFO.
No que diz respeito à estratégia, o foco da Loggi é aumentar a cobertura nacional de seus serviços de logística e ampliar sua capacidade de entrega. Durante a pandemia, a empresa inaugurou dezenas de agências próprias e seis novos centros de distribuição. Neste ano, deve abrir sete outros em território nacional.
Para cumprir seus objetivos, a empresa também deve investir em maquinário e tecnologia, o que inclui o aperfeiçoamento da plataforma de inteligência artificial utilizada pela empresa que, segundo Lecuyer, foi recentemente premiada como a mais inovadora entre as investidas do SoftBank.
Segundo o CFO, os planos de expansão para fora do Brasil não foram cancelados, mas sim adiados por conta da pandemia, para que a empresa pudesse focar no serviço prestado nacionalmente. “Ao invés de focar na expansão neste momento, colocamos toda a nossa atenção na qualidade do serviço”, pontua.
Nos próximos meses, Lecuyer espera atingir o que descreve como a democratização de serviços de logística, principalmente para pequenos e médios empreendedores. “Nossa maior frustração durante o estágio inicial da pandemia era ver lojas fechadas, comerciantes falando com clientes via WhatsApp, mas não podíamos atender o Brasil inteiro, entregando qualquer coisa”, ressalta.
“Se estivéssemos prontos naquela época, esta pandemia teria sido muito diferente para muitas destas pessoas”, aponta o empreendedor, cujo foco para 2021 é justamente endereçar esta lacuna, atendendo os cerca de 50% da população brasileira que ainda não tem acesso aos serviços da Loggi.
Angelica Mari é jornalista especializada em inovação e comentarista com duas décadas de atuação em redações nacionais e internacionais. Colabora para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC e outros. Escreve para a Forbes Tech às quintas-feiras
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Infoeconomico

Fonte: FORBES

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