Tecnologia

5G: o caminho do sucesso para telcos e OTTs

Conteúdo, entretenimento, mídia, mensagens, VoIP e muito mais. Tudo isso faz parte do ecossistema OTT que as empresas consideraram os novos drivers de receita e molas para a implantação das tecnologias 4G e 5G.

À medida que a tecnologia celular progride para aproveitar a melhor performance da Internet, os softwares evoluem na mesma proporção e exigem cada vez mais da infraestrutura legada. As histórias das OTTs é um desses casos em que os recursos tecnológicos evoluíram exponencialmente nessa última década.

Nesses últimos dez anos foi superada a lacuna de acessibilidade tecnológica aos consumidores de todo o mundo e nas mais diversas esferas da sociedade. Existem hoje aplicações OTT gigantescas, que processam mensagens, voz e vídeo, IoT etc e todas funcionam com um princípio simples de entrega por meio da internet gratuita.

Surpreendentemente, o número de consumidores OTT rapidamente ultrapassou 500 milhões e a curva continua subindo a uma velocidade sem precedentes. Então, o que está por trás disso? Como se difere das formas tradicionais de comunicação?

A resposta é simples: a modalidade de negócio das OTTs se transformou numa grande revolução. Pois as tecnologias 4G, 5G e aplicativos com entrega de conteúdo em tempo real de voz, dados e imagens além de promoverem experiências personalizadas aos consumidores mexeram com a forma de como as pessoas se divertem, trabalham, estudam – ou seja vivem! Esse movimento põe no mesmo contexto: conteúdo, agilidade, acessibilidade, portabilidade, usabilidade e experiências cada vez mais individualizadas – compondo uma completa rede de conectividade.

Com avanços contínuos, as OTTs de hoje conseguem criar uma camada digital em pipes ISP, com escolhas intermináveis sobre o consumo de conteúdo e, principalmente, relacionados a entretenimento, significando muito tráfego de vídeo. Especula-se por 2021, as receitas mundiais do OTT excederão US$ 50 bilhões e o tráfego sozinho do vídeo subirá mais de 75%. Esta é uma estimativa conservadora com base nas próprias capacidades das OTTs utilizando a largura de banda de rede pautada em “melhor esforço na QoS – Qualidade de Serviço”.

Esse acelerado crescimento no mercado OTT é alimentado principalmente por redes sociais e pelo uso contínuo de dispositivos inteligentes em geral. Atualmente, o entretenimento usa uma grande variedade de conteúdo, incluindo áudio, vídeo, mensagens e transmissão ao vivo.

Ao mesmo tempo que o tráfego da internet aumenta, algumas insatisfações vêm frustrando bastante os consumidores finais e entre elas estão: comunicação fragmentada, altas taxas de assinatura, má qualidade e velocidade de transmissão, violação de informações, publicidade indesejada, experiência do usuário interrompida e outros.

As OTTs não têm controle sobre congestionamento de tráfego e gerenciamento de qualidade da internet. E economicamente os consumidores acabam pagando mais em assinaturas OTT combinadas do que em comparação com o plano básico de Internet.

A infraestrutura para fornecer transmissão de dados em alta velocidade e a guerra de conteúdo estão sendo os maiores desafios para a indústria de vídeo atualmente. Com a concorrência de entrega de conteúdo e o sensível aumento de dispositivos inteligentes, é difícil acompanhar o ritmo da demanda do cliente para entretenimento e preferências em constante mudança.

O sucesso no mercado OTT precisa de experiência de qualidade de transmissão entre dispositivos, extrema confiabilidade, menos latência, melhor velocidade e facilidade de acesso sempre. É aqui que entra a arquitetura 5G. Ela oferece uma malha de rede digital inteligente e segura com plataformas nativas de nuvem, ferramentas analíticas e estrutura que permite a monetização, enquanto usa eficientemente todo o espectro.

O 5G Slicing and edge computing é um conceito que pode suportar soluções de software ágil orientadas para a qualidade e, ao mesmo tempo, lidar com fluxo de bytes oferecendo faixas de tráfego dedicadas e tudo isso pode ser controlado pelo projeto de rede estabelecido pela empresa. Os benefícios do 5G parecem quase inacreditáveis: filmes baixados em segundos, navegação perfeita, streaming ao vivo quase perfeito, acesso seguro a dados e muito mais.

Parece que a tecnologia 4G está pronta para retransmitir casos de uso das OTTs que abrirão portas para novas receitas e para as empresas de telecomunicações. O 5G revitalizará o significado de “serviço” para provedores e dará a eles oportunidades e responsabilidades muito maiores do que apenas “fornecedores de infraestrutura e meios de comunicação”.

A tecnologia 5G poderá gerar serviços com margens mais altas para compensar as receitas em declínio e obter uma fatia justa do crescimento das OTTs. Com conteúdos mais personalizados e sofisticados que conseguem promover melhor engajamento, os provedores vão precisar adotar uma abordagem mais proativa a fim de oferecer cada vez melhores experiências aos usuários a fim de que este público seja fidelizado.

Em todo o mundo, as empresas de telecomunicações estão investindo em um espectro consolidado de bibliotecas de conteúdo para fortalecer sua posição e para melhor utilizar suas próprias redes com ofertas de pacotes variados.

Os serviços de OTT das telcos podem potencialmente ampliar a base de clientes em áreas remotas, onde as tecnologias de banda larga ainda estão fora de alcance. Muitas empresas de telecomunicações também estão explorando a ideia de se unirem com os fornecedores de OTT com objetivo de adicionar poder de “qualidade, confiabilidade e segurança” à experiência do consumidor. E, ao mesmo tempo, oferecer serviços mais sofisticados e naturalmente um pouco mais caros. É hora de redefinir a Internet gratuita e adicionar valor às receitas.

*Rita Mittal é líder de Engenharia da Openet

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Fonte: Computer Word

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