Tecnologia

Superar o legado: um novo desafio que bancos e governos têm em face do covid-19

Independente do ramo de atuação da sua empresa, se você trabalha no departamento de tecnologia de marca surgida antes de a nuvem realmente ser uma opção, é bem provável que o assunto “legado” faça parte daqueles temas que sempre estão presentes na sua pauta como um projeto a ser terminado, mas cuja resolução deve levar um bom tempo para ser finalizada. 

Isso porque, em todas as conversas que são ouvidas entre os profissionais da área, o consenso sobre o assunto parece o mesmo: atualizar o legado é importante, mas o investimento (em tempo ou dinheiro) ainda faz com que soluções paliativas apresentem melhor custo-benefício. Todavia, essa escolha deve ser cada vez mais difícil de ser feita ao longo dos anos. 

Um exemplo que contextualizada essa situação é aconteceu em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Atingido pelo coronavírus, uma das iniciativas do governo para auxiliar a população é uma renda emergencial chamada “stimilus check”, que pode chegar a US$ 1,2 mil e será entregue ao público que se enquadra em determinadas categorias. 

Acontece que, no último final de semana, o acesso aos canais da Prefeitura para solicitar o benefício foram tão grandes que o sistema governamental entrou em pane.

O problema: toda a rede foi desenvolvida em COBOL e nenhum dos atuais funcionários tinha a mais remota ideia de como ajustá-la. O governador precisou ir à público para pedir a antigos programadores que se candidatassem a ir à prefeitura e solucionar a questão. 

Atualizar é preciso 

O caso reforçou a necessidade de se olhar para o legado com uma visão até mais prática sobre a disponibilidade de pessoas que saibam manusear um sistema que já tem décadas. 

 O Government Accountability Office, departamento que realiza a auditoria interna dos departamentos governamentais dos EUA publicou recentemente um documento falando sobre a necessidade de modernizar urgentemente sistemas de funcionamento crítico. 

Para se ter uma ideia da idade desses sistemas, o relatório apresenta o tempo de estrutura dos equipamentos que conectam os principais sistemas. O departamento que corresponde a receita tem 51 anos; saúde tem 50 anos; o de social security (que se equipara em partes ao INSS), 45 anos; transporte, 35 anos e por aí vai. 

Falando de tecnologias legadas, o COBOL é um ótimo exemplo: por ser uma tecnologia criada em uma época pré-internet e com estrutura bastante segura e consistente, ele foi usado pelos principais sistemas de saúde e por quase metade de todos os grandes bancos globais. 

A expansão da internet e as novas linguagens tornaram o aprendizado de tecnologias como Python e Php acabaram desviando a atenção para o COBOL, que hoje é visto como uma linguagem legada. Porém, ele
ainda funciona de forma muito eficiente e segura, motivo que até hoje
justificou os esforços em adaptar as tecnologias atuais ao sistema.  

Mas o coronavírus mostrou que esse pensamento precisa ser modificado para que serviços essenciais não deixem de atender ao público em momentos de necessidade. Situação que, com o avanço da internet, tende a ficar cada vez mais frequente. 

Source: Computer Word

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