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Richard Branson: renda mínima é solução contra fim dos empregos

Richard Branson, empresário fundador do grupo Virgin (Foto: Phillip Faraone/Stringer-Getty Images)

 

Um dos mais admirados empreendedores do mundo, o fundador do grupo Virgin Richard Branson, é um entusiasta da renda mínima universal. Em entrevista ao The New York Times no último final de semana, ele afirmou que a melhor forma de se combater problemas como a desigualdade e o desemprego é com os governos distribuindo quantias básicas de dinheiro para que as pessoas tenham condições mínimas de subsistência.

“Uma renda mínima deveria ser introduzida na Europa e na América. É ótimo ver países como a Finlândia experimentando a solução em algumas cidades. É uma desgraça ver pessoas dormindo nas ruas, com toda a riqueza que há em volta deles. Com a inteligência artificial chegando, haverá necessidade dessa renda mínima”, disse Branson.


O empresário prevê que, conforme as máquinas assumirem mais e mais funções hoje executadas por humanos, as alternativas ao desemprego devem escassear, e por isso maior ajuda governamental será necessária. “A inteligência artificial deve resultar em menos horas com a necessidade de trabalhar. Gente trabalhando três dias da semana e descansando em quatro. Teremos então empresas para entreter as pessoas nesses quatro dias, e nos certificaremos de que os trabalhadores têm dinheiro suficiente para trabalhar por menos tempo”, opina Branson.

Exemplo finlandês
A política de renda mínima com apoio do Estado ficou conhecida no Brasil principalmente pelo apoio do político Eduardo Suplicy e seu projeto de Renda Básica de Cidadania. Na Finlândia, citada pelo empresário, o experimento que foi pioneiro na Europa começou no início de 2017, com duas mil pessoas desempregadas recebendo mensalmente 560 euros (equivalente hoje a R$ 2,5 mil). Não é necessário estar em busca de emprego para receber o valor, e mesmo quem consegue um trabalho continua a receber.

Em abril, entretanto, o governo do país anunciou que vai encerrar o projeto no fim do ano. No seu lugar, entram leis que dão benefícios a desempregados que comprovem a busca por emprego ou, pelo menos, a participação em treinamentos de qualificação profissional.

“Há um problema de pessoas jovens sem educação secundária e relatos de que elas não estão procurando emprego. Há o medo de que com a renda básica eles ficariam apenas em casa jogando videogame”, comentou a professora de políticas sociais da Universidade de Helsinque, Heikki Hiilamo, ao NYT.

Apoiadores da renda básica dizem que o propósito é justamente não impor condições para o seu recebimento – ela parte do princípio de que há um valor mínimo para a dignidade humana, que não pode ser condicionada a comportamentos obrigatórios. “O governo escolheu seguir om caminho totalmente diferente. A renda básica é incondicional, mas agora eles estão buscando condicionalidades”, lamentou Olli Kangas, pesquisador da Kela, agência estatal finlandesa que cuida de programas sociais.

Apoio de empreendedores
Richard Branson não é o primeiro empresário a apoiar iniciativas de renda mínima. Elon Musk já declarou apoio à ideia recentemente, assim como Mark Zuckerberg e outros bilionários.

Para o criador do Facebook, a renda mínima não deveria ser vista como algo que faça as pessoas se acomodarem, mas sim como um fator que dê segurança para que elas possam empreender. “Os maiores sucessos vêm de ter a liberdade para falhar. Agora é nossa vez de definir o contrato social de nossa geração. Deveríamos explorar ideias como a renda básica universal para dar a todo mundo conforto, para que tentem coisas novas”, propôs.


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Fonte: Editora Globo – Notícias gerais