PNAD Contínua 2018: 10% da população concentram 43,1% da massa de rendimentos do país
Rendimento de trabalho cresce 4,7% em relação a 2012, mas abaixo do patamar de 2014
O rendimento médio mensal real de todos os trabalhos (calculado para as pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência) chegou a R$ 2.279 em 2014, caindo 4,1% em 2015 e mantendo-se quase estável nos dois anos seguintes, até chegar a R$ 2.234 em 2018. Em relação a 2012, quando a estimativa era de R$ 2.133, o rendimento de todos trabalhos de 2018 representou crescimento real de 4,7%.
Entre as Grandes Regiões, o Nordeste (R$ 1.497) e Norte (R$ 1.735) registraram os menores valores para o rendimento habitual do trabalho, enquanto os maiores ficaram com Sudeste (R$ 2.572), Centro-Oeste (R$ 2.480) e Sul (R$ 2.428). Em relação a 2017, o Nordeste apresentou variação de -1,3%, enquanto que as demais regiões tiveram crescimento, com destaque para Norte (5,6%) e Sudeste (3,8%). Na comparação com 2012, Norte e Centro-Oeste não apresentaram crescimento da estimativa; enquanto Nordeste (5,0%) e Sudeste (6,1%) tiveram aumento acima na média nacional (4,7%).
Rendimento de outras fontes no Sudeste é quase o dobro do no Nordeste
De 2012 (R$ 1.390) a 2015 (R$ 1.416) o rendimento médio mensal real proveniente de outras fontes acumulou ganho de 1,9%. Em 2016 (R$ 1.400) registrou perda de 1,1%, que foi revertida nos dois anos seguintes – com expansão de 2,4% e 3,2%, respectivamente -, atingindo valor médio de R$ 1.479 em 2018. Regionalmente, o Nordeste (R$ 971) registrou a menor média, enquanto o Sudeste (R$ 1.839), a maior em 2018.
No Brasil, em 2018, dentre todas as categorias que compõem o rendimento proveniente de outras fontes, o item aposentadoria ou pensão foi o que alcançou maior média (R$ 1.872), destacando-se o Centro-Oeste com o maior valor (R$ 2.191) e o Nordeste, com o menor (R$ 1.473). O crescimento dessa categoria de rendimento entre 2017 e 2018 foi de 3,3% e de 7,3% em relação a 2012.
Os rendimentos provenientes de aluguel e arrendamento tiveram valor médio de R$ 1.629 e apresentaram queda frente a 2017 (1,3%) e frente a 2012 (4,5%). A pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador totalizavam, em média, R$ 635, com expansão em relação a 2017 (1,1%) e no confronto com 2012 (9,1%). Por fim, as pessoas que declararam possuir outros rendimentos, além dos já citados, recebiam R$ 582, em média. Essa estimativa apresentou expansão em 2018 (0,7%), contudo, teve queda de 10,7% frente a 2012. O valor dos outros rendimentos foi maior na Região Sudeste (R$ 855) e menor na Região Nordeste (R$ 387).
Participação da renda de todos os trabalhos tem menor patamar em 2017
Em 2018, o contingente de pessoas que tinham rendimento de todos os trabalhos correspondia a 43,4% da população residente (90,1 milhões), enquanto que, em 2012, eram 43,6% (86,1 milhões). Já a presença de rendimentos provenientes de alguma outra fonte foi registrada para 24,9% dos residentes (51,8 milhões) em 2018, frente a 23,6% (46,6 milhões) em 2012.
De 2012 a 2014, no nível nacional, houve tendência de crescimento da participação da renda de todos os trabalhos na população, com o maior percentual (44,3%) sendo registrado em 2014. A partir de 2015, houve queda da estimativa, que atingiu o menor valor (43,1%) em 2017. O rendimento de outras fontes teve movimento de expansão desde o início da série, apresentado o maior crescimento de 2017 (24,1%) para 2018 (24,9%), influenciado, principalmente, pela expansão de 1,5 ponto percentual no Sudeste em 2018.
De 2012 a 2018, participação da aposentadoria ou pensão cresce e de outros rendimentos cai
Dentre os componentes dos rendimentos de outras fontes, o predomínio foi da categoria aposentadoria ou pensão, que teve frequência de 14,6% na população residente com rendimento. Nas demais categorias, os percentuais foram de 7,7% (na categoria “outros rendimentos”, que inclui seguro-desemprego, programas de transferência de renda do governo, rendimentos de poupança etc.); 2,5% (pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador) e 2,1% (aluguel e arrendamento). De 2012 a 2018, observou-se crescimento das estimativas de aposentadoria e pensão e redução nas de outros rendimentos.
Norte e Nordeste têm maiores percentuais de pessoas com rendimentos de outras fontes
Entre as Grandes Regiões, os percentuais de pessoas que recebiam outros rendimentos (seguro-desemprego, programas de transferência de renda do governo, rendimentos de poupança etc.) se destacavam no Norte (10,2%) e Nordeste (12,2%), acima da média nacional (7,7%).