O 5G está chegando, e agora?
2020 foi um ano de muitos desafios. Além da questão sanitária – de longe o maior problema que já vivemos nos últimos tempos – também passamos pelas adequações geradas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor no final de setembro, e, mais recentemente, o dilema envolvendo a implantação do 5G.
Com relação a este último tópico, podemos afirmar que tem sido uma longa e incansável briga entre operadoras e governos, o que até nos fez acreditar que talvez o 5G nem chegasse neste ano. Ele chegou, por meio do 5G DSS lançado pela Motorola e que passou por testes com a Claro, mas a velocidade ainda é muito inferior à prometida com a nova tecnologia.
Apenas para fins de comparação, a Coreia do Sul já conta com a rede 5G desde abril deste ano. Nos Estados Unidos, algumas cidades já podem desfrutar da velocidade da nova tecnologia, que pode ser até 100 vezes mais rápida que a 4G. A China e o Japão também devem estrear seus sistemas 5G em breve. Mas, aqui no Brasil, não é bem assim…
Com licitação prevista para ocorrer no primeiro trimestre de ano, o texto do edital para o leilão do 5G no Brasil chegou ao conselho diretor da Anatel apenas na semana passada. Agora, é preciso que o texto entre em pauta (o que pode acontecer ainda neste ano) para, aí sim, dar início ao leilão. Depois, ainda precisam ser assinados os Termos de Autorização para que os serviços das empresas de telefonia entrem no ar.
E no meio deste longo caminho a ser percorrido até a estreia da tecnologia 5G no Brasil, também existe o problema envolvendo a discussão sem fim sobre o tema. Por isso, é fundamental encontrar uma maneira de dialogar efetivamente a respeito da tecnologia.
Temos visto inúmeras notícias sobre provocações, decisões de operadoras sem consultar os órgãos fiscalizadores e mesmo o dilema entre os governos chinês e norte-americano sobre a permissão ou não da Huawei para atuar com a rede 5G.
Mas o fato é que, para avançar em busca de uma tecnologia melhor para todos, é importante ter em mente que o diálogo e o entendimento de cada passo desse processo são fundamentais para encontrar caminhos capazes de auxiliar no planejamento de como tudo deve funcionar, para a alegria dos usuários que esperam, ansiosos, pela novidade digital.
*Daniel Cunha Barbosa é especialista em segurança da informação da ESET no Brasil
Infoeconomico
Fonte: Computer Word