Política

Moro garante permanência no governo e manifesta apoio a Bolsonaro em 2022

SÃO PAULO – Após a polêmica sobre um possível fatiamento da pasta que lidera, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, garantiu permanência no governo e disse que o caso está “encerrado”. Ele participou do programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, nesta segunda-feira (27).

Ao ser questionado se deixaria o governo, o ministro respondeu “não ter motivo para não ficar”. “Eu nunca falei nada. O próprio presidente falou, na sexta-feira, que está encerrado”, disse. Em tom de brincadeira, o ex-juiz da Lava-Jato brincou que sua permanência no cargo ficaria conhecido como “o segundo Dia do Fico” no Brasil.

“Estou fazendo um trabalho que me comprometi com o presidente, que é um trabalho de sermos duros contra o crime organizado, criminalidade violenta e a corrupção, e os dados são positivos da segurança pública”, complementou.

O clima entre o ministro e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) havia esquentado depois de o mandatário admitir a possibilidade de discutir um fatiamento do ministério em duas pastas, em meio à cobrança de alguns secretários estaduais de Segurança. Um dia depois, porém, o presidente recuou e disse que a chance de isso acontecer hoje era “zero”. A iniciativa, se confirmada, reduziria o poder de Moro no governo.

Durante a entrevista, o ministro defendeu a importância de Justiça e Segurança Pública serem tratados pela mesma pasta e ressaltou resultados obtidos no primeiro ano de gestão em conjunto com secretários estaduais e municipais.

“Os resultados falam por si. Claro que é um mérito compartilhado com as forças de segurança estaduais e municipais onde tem. Mas 22% a menos de assassinatos em 2019 é algo que nunca houve… Não gosto de falar essa expressão, porque outras pessoas usaram no passado… Mas nunca aconteceu antes no país. É uma queda muito expressiva”, disse.

Figura mais popular do governo, superando o próprio presidente, Moro também descartou a possibilidade de se candidatar no próximo pleito. “Toda hora me perguntam isso. Daqui a pouco, vou ter que tatuar na testa. Em 2022, o presidente já apontou no sentido de que ele pretende a reeleição. É uma decisão dele, unicamente. E, claro, sou ministro do governo, vou apoiar o presidente Jair Bolsonaro”.

Ao ser provocado sobre a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro disse que ele deveria ter cumprido toda a pena que lhe foi imposta antes de ser solto. “O correto era ele ter saído após cumprir toda a pena dele. Acho que a revisão da prisão em segunda instância, com todo o respeito ao Supremo, foi um retrocesso. Mas acho que a perspectiva de a gente conseguir aprovar isso [no Congresso]“, avaliou.

Durante o programa, Moro também disse ver como “natural” uma eventual indicação para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. O ex-juiz da Lava-Jato chegou a ser cotado para assumir a vaga do ministro Celso de Melo, que deixará o tribunal no segundo semestre.

“Eu não gosto de discutir vaga quando a vaga não existe. É um negócio meio esquisito, parece que está aposentando o ministro antes de ele se aposentar. Acho que é uma perspectiva que pode ser interessante na minha carreira. Venho da magistratura, seria algo interessante, mas a escolha cabe ao presidente da República”, pontuou.

Quando questionado sobre casos de apurações incômodas ao governo, como a do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, o ministro negou qualquer interferência sobre as investigações. “O presidente sempre deixou bem claro, desde o início do governo, que não iria interferir em nada e os órgãos iam poder fazer o trabalho deles normalmente”.

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Fonte: Infomoney Blog Epolitica

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