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Mercado ilegal de produtos dá prejuízo de R$ 291,4 bi para o Brasil

Medicamentos e agrotóxicos

Uma das categorias de produtos produzidos e vendidos ilegalmente que mais preocupam o presidente do FNCP é a de medicamentos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que um em cada dez fármacos que circulam em países de baixa e média renda seja de baixa qualidade ou falsificado, incluindo medicações genéricas e de alto valor.

Aspecto lembrado por Vismona, o roubo de cargas é uma das estratégias centrais do mercado ilegal de produto e que atinge a indústria farmacêutica. Conforme observa a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além dos remédios falsificados, os medicamentos roubados também representam perigo à saúde. Isso se explica porque os medicamentos vendidos fora de farmácias, como é o caso de feiras e vendedores ambulantes, podem não ter a eficácia esperada, por não terem sido transportados e armazenados nas condições corretas. 

“No fim, é o consumidor que está sendo prejudicado, porque, muitas vezes, está jogando o dinheiro dele fora”, afirma Vismona, complementando que, com a pandemia do novo coronavírus, todos devem redobrar a atenção com as compras on-line. “Muito cuidado. Desconfie dessas ofertas milagrosas e avalie melhor o fornecedor, quem está fazendo a oferta, se todos os requisitos são obedecidos.”

Outro ramo de produção que se destaca no relatório do FNCP é o de agrotóxicos. Ao todo, o mercado ilegal da área desviou R$ 11,2 bilhões do empresariado, da população e do governo brasileiros, no ano passado. Já de 2016 para 2018 – em 2017, não houve registro -, constata-se que o total saltou de R$ 3,1 bilhões para R$ 8,9 bilhões.

“O agricultor fica tentado a comprar um produto mais barato, por conta da produtividade que ele pode ter, almejando uma produtividade que quer ter, mas que pode ter efeitos nefastos, porque, muitas vezes, esses produtos são absolutamente impróprios, causam danos à saúde. É um problema de saúde pública”, pondera Vismona. 

Dicas

Como dicas aos consumidores, Edson Vismona recomenda que desconfiem de preços muito baixos e “não se deixem levar pela emoção” diante de propostas que podem parecer muito boas. Ele sugere também que verifiquem se o produto possui certificação. 

No caso de aparelhos celulares e carregadores de bateria, por exemplo, é necessário que o item venha acompanhado de um selo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que atesta que foi produzido seguindo normas técnicas e padrões rigorosos de qualidade. “Temos inúmeros casos de pessoas que foram queimadas porque a bateria simplesmente explodiu”, alerta Vismona.

No caso de medicamentos, a Anvisa orienta a entrar em contato com os fabricantes, por meio das centrais de atendimento ao cliente. Através desses canais, os laboratórios farmacêuticos fornecem informações e esclarecem dúvidas. A Anvisa também disponibiliza um formulário de sua ouvidoria (https://www10.anvisa.gov.br/ouvidoria/CadastroProcedimentoInternetACT.do?metodo=inicia), para a formalização de denúncias, e mantém uma lista de produtos irregulares (http://portal.anvisa.gov.br/produtos-irregulares2#/). A autarquia também dispõem de um telefone (0800 642 9782), que funciona das 7h30 às 19h30, de segunda a sexta-feira, exceto feriados. Caso suspeite da procedência de algum medicamento, o consumidor também pode acionar a Secretaria de Saúde da região onde reside e comunicar o ocorrido ao Centro de Vigilância Sanitária.
Source: EBC ECONOMIA

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