McCarthy acredita que o Congresso dos EUA pode aprovar acordo sobre teto da dívida até 5 de junho
O líder da maioria republicana na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, disse que os negociadores ainda precisam resolver questões pendentes em um acordo para evitar um calote catastrófico da dívida dos EUA, mas que acredita o prazo, até o dia cinco de junho, será cumprido.
McCarthy sinalizou que teve que ceder a pelo menos algumas demandas dos democratas, mas disse que não está “temeroso” em relação ao que está no acordo emergente. Ele destacou que o acordo reduz os “gastos descontrolados”, uma demanda central do Partido Republicano em troca do aumento do limite de endividamento do país.
“Nem todos vão gostar do que está no acordo”, disse McCarthy aos repórteres no Capitólio na manhã de sábado. “Chegaremos lá quando acertarmos”, acrescentou.
Mais tarde, McCarthy, carregando uma sacola do Chipotle, falou que estava incerto se as duas partes chegariam a um acordo nesse sábado.
O presidente Joe Biden continua em contato com seus negociadores do retiro presidencial Camp David, em Maryland, e está avaliando as ofertas e contrapropostas, de acordo com uma pessoa familiarizada.
Os negociadores de McCarthy e Biden trabalharam até tarde da noite nesta sexta para tentar resolver a ameaça de um calote, que a secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirma que pode ocorrer em 5 de junho.
O republicano Patrick McHenry, um dos negociadores de McCarthy, disse que é um “desafio severo” aprovar um projeto de lei antes dessa data limite, acrescentando que ainda existem algumas “questões espinhosas” entre os republicanos da Câmara e a Casa Branca.
“Serão horas ou dias, não sei quando”, disse McHenry no sábado. Há uma “lista muito curta” de diferenças que permanecem, acrescentou.
Se ocorrer um calote, os economistas projetam que isso poderia levar os EUA a uma recessão, com perdas generalizadas de empregos e maiores custos de empréstimos para os consumidores no próximo ano eleitoral.
“A atual impasse em torno do teto da dívida dos EUA tem o potencial de causar mais estragos na economia do que qualquer crise anterior”, escreveu a economista-chefe dos EUA da Bloomberg Economics, Anna Wong.
Enquanto os negociadores continuam a negociar, o saldo em caixa do Tesouro está diminuindo rapidamente. Segundo dados publicados na sexta-feira, ele caiu para US$ 38,8 bilhões na quinta-feira, o menor valor desde 2017.
McCarthy prometeu seguir uma regra de 72 horas para permitir que os legisladores revisem o texto antes de uma votação. McHenry disse que os republicanos não estão abrindo mão disso. Essa regra, combinada com obstáculos processuais no Senado, corre o risco de empurrar o Congresso até o prazo de 5 de junho.
Os requisitos de trabalho para programas de combate à pobreza – defendidos pelos republicanos e opostos pelos democratas – estavam entre os pontos de desacordo que permaneceram na noite de sexta-feira.
No sábado, McHenry disse que a “interação de todas as questões”, que incluem limites de gastos e a duração de qualquer acordo sobre a dívida, significa que “nada” está verdadeiramente resolvido.
Qualquer acordo, acrescentou McHenry, deve mostrar uma tendência de redução dos gastos federais ao longo de vários anos.
McCarthy também afirmou que o acordo em potencial ainda inclui mudanças nas regulamentações de licenciamento para projetos de energia e outros. Pessoas familiarizadas com as negociações disseram que isso poderia facilitar as avaliações ambientais para projetos de combustíveis fósseis – um objetivo importante dos republicanos – em troca de um projeto de lei que aumente a capacidade de transmissão elétrica desejada pelos democratas.
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Fonte: Economia Infomoney
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