IPCA varia 0,07% em março
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,07% em março,o menor resultado para um mês de março desde o início do Plano Real (1994), e ficou 0,18 ponto percentual (p.p.)abaixo da taxa de fevereiro (0,25%). Em março de 2019, a taxa havia sido de 0,75%. O índice acumula no ano alta de 0,53% e, nos últimos 12 meses, de 3,30%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três tiveram deflação em março.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 3 a 30 de março de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de janeiro a 2 de março de 2020 (base). Em virtude da pandemia do COVID-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas em sites de internet, por telefone ou e-mail.
Período | TAXA |
---|---|
Março de 2020 | 0,07% |
Fevereiro de 2020 | 0,25% |
Março de 2019 | 0,75% |
Acumulado no ano | 0,53% |
Acumulado nos 12 meses | 3,30% |
O grupo Alimentação e bebidas apresentou a maior variação, 1,13%, e o maior impacto, 0,22 ponto percentual (p.p.), no mês de março, mostrando aceleração em relação ao resultado de fevereiro (0,11%). Outros cinco grupos também registraram alta, com destaque para Educação (0,59%), que apresentou a segunda maior variação positiva, e Habitação (0,13%), que havia apresentado queda em fevereiro (-0,39%). No lado das quedas, embora a menor variação tenha sido a dos Artigos de residência (-1,08%), a maior contribuição negativa no índice do mês (-0,18 p.p.) veio dos Transportes (-0,90%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,23% em Despesas pessoais e as altas de 0,21% em Vestuário e Saúde e cuidados pessoais.
IPCA – Variação e Impacto por grupos – mensal | ||||
---|---|---|---|---|
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
Fevereiro | Março | Fevereiro | Março | |
Índice Geral | 0,25 | 0,07 | 0,25 | 0,07 |
Alimentação e Bebidas | 0,11 | 1,13 | 0,02 | 0,22 |
Habitação | -0,39 | 0,13 | -0,06 | 0,02 |
Artigos de Residência | -0,08 | -1,08 | 0,00 | -0,04 |
Vestuário | -0,73 | 0,21 | -0,03 | 0,01 |
Transportes | -0,23 | -0,90 | -0,05 | -0,18 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,73 | 0,21 | 0,10 | 0,03 |
Despesas Pessoais | 0,31 | -0,23 | 0,03 | -0,03 |
Educação | 3,70 | 0,59 | 0,23 | 0,04 |
Comunicação | 0,21 | 0,04 | 0,01 | 0,00 |
A aceleração do grupo Alimentação e bebidas (1,13%) foi influenciada principalmente pelo comportamento da alimentação no domicílio, que passou de 0,06% em fevereiro para 1,40% em março. Os destaques foram o ovo de galinha (4,67%), a batata-inglesa (8,16%), o tomate (15,74%), a cebola (20,31%) e a cenoura (20,39%). As carnes (-0,30%), por sua vez, apresentaram queda pelo terceiro mês consecutivo, embora o recuo nos preços tenha sido menos intenso na comparação com o mês anterior (-3,53%).
A alimentação fora do domicílio também acelerou na passagem de fevereiro (0,22%) para março (0,51%), puxada pela alta do lanche (1,90%). A refeição, por outro lado, registrou deflação (-0,10%), após a alta de 0,35% no IPCA de fevereiro.
No grupo Educação (0,59%), o maior impacto (0,04 p.p.) veio mais uma vez dos cursos regulares (0,74%), refletindo os reajustes normalmente praticados no início do ano letivo e incorporados no índice nos meses de fevereiro e março. Os cursos diversos, por sua vez, registraram queda (-0,27%), após a alta de 2,67% observada no mês anterior.