Ibovespa Futuro tem leve queda com continuidade de correção em meio a aumento de casos de coronavírus
SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quinta-feira (12) prosseguindo com o movimento de correção do forte rali recente. O menor otimismo da sessão tem a ver também com o aumento nos casos de coronavírus nos Estados Unidos, que enfrentam a segunda onda da pandemia. As hospitalizações pela doença saltaram 10% em cinco dias no país.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), liberou a retomada dos estudos com a vacina chinesa contra a Covid-19, a Coronavac.
Ainda sobre vacinas, na quarta-feira à noite, a farmacêutica Moderna anunciou que os testes de fase três haviam acumulado casos o suficiente de contaminação pelo coronavírus para enviar os resultados preliminares a uma junta independente de monitoramento.
Os investidores ficam atentos ainda às falas de presidentes de autoridades monetárias. O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e o presidente do banco central da Inglaterra, Andrew Bailey, discursam em fórum online às discursa às 13h45 (horário de Brasília).
Às 09h17, o índice futuro para dezembro caía 0,13%, aos 105.000 pontos.
O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava baixa de 0,12%, a R$ 5,387.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai quatro pontos-base a 3,35%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de seis pontos-base a 4,89%, o DI para janeiro de 2025 recua três pontos-base a 6,64% e o DI para janeiro de 2027 registra variação negativa de dois pontos-base a 7,44%.
Entre os indicadores, o volume de serviços no Brasil cresceu 1,8% em setembro frente a agosto, revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação sem ajuste sazonal com setembro de 2019 houve queda de 7,2% na atividade do setor, recuo menor que o esperado pelos economistas. A mediana das projeções compilada no consenso Bloomberg apontava para retração de 7,8%.
Testes com vacina voltam a ser liberados
Menos de 48 horas após ter suspendido testes no Brasil com a vacina chinesa Coronavac, produzida pela Sinovac, devido a um “evento adverso grave”, a Anvisa voltou a liberá-los.
O recuo ocorreu após a imprensa divulgar que o evento se tratava do suicídio de um dos participantes do estudo, de 32 anos. A polícia investiga também uma possível overdose acidental. O Instituto Butantan, responsável pela vacina no Brasil, afirmou que pretende iniciar os testes imediatamente.
A suspensão havia pego o Instituto Butantan e o governo de São Paulo de surpresa, e fora comemorada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Twitter, que a tratou como uma vitória contra o governador de São Paulo João Doria (PSDB).
Ele afirmou “esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.
O caso levantou questionamentos sobre uma ação politizada da Anvisa. Bolsonaro pode ter Doria como opositor na Eleição presidencial de 2022, e desautorizou, em outubro, um anúncio do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, da compra de 46 milhões de doses da Coronavac do Instituto Butantan.
Na terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, deu 48 horas para que a Anvisa explicasse os critérios técnicos para a decisão de interromper os estudos. Antes de o prazo expirar, a Anvisa informou, por meio de nota, que recebeu documentos que garantem que a morte não tem relação com o imunizante.
“Importante esclarecer que uma suspensão não significa necessariamente que o produto sob investigação não tenha qualidade, segurança ou eficácia”, frisou a agência. “A suspensão e retomada de estudos clínicos são eventos comuns em pesquisa clínica e todos os estudos destinados a registro de medicamentos que estão autorizados no país são avaliados previamente pela Anvisa com o objetivo de preservar a segurança para os voluntários do estudo.”