Ibovespa acima dos 130 mil pontos: as projeções dos analistas para a bolsa em 2020 (e as ações preferidas)
A perspectiva é de ganhos para o Ibovespa e, neste cenário, os estrategistas também destacam quais são os setores que podem ganhar mais. O Morgan Stanley, por exemplo, aponta preferência por setores que estão “comprados” na perspectiva de recuperação econômica, com destaque para bancos, transporte e saúde. Por outro lado, o Morgan destaca evitar ações do setor de bebidas, mineração, educação e de shoppings.
Das dez ações da carteira top pick para América Latina do banco americano, oito são brasileiras: i) Itaú Unibanco (ITUB4), ii) Bradesco (BBDC4), iii) BTG Pactual (BPAC11), iv) PagSeguro (listada na Nasdaq), v) IRB (IRBR3), vi) Petrobras (PETR4), vii) Intermédica (GNDI3) e viii) CPFL (CPFE3).
O BB Investimentos, por sua vez, vê o setor financeiro como neutro, tendo como top picks Bradesco e Banco ABC Brasil (ABCB4). Eles avaliam que os resultados em 2020 podem ser impulsionados pela contínua melhoria de mix e crescimento da carteira. Por outro lado, inadimplência e redução da Selic podem pressionar a margem líquida. Com relação às empresas de meios de pagamentos e seguros, o cenário base implica um ambiente ainda muito competitivo para o primeiro, reduzindo margens; já quanto ao segundo, a perspectiva é de crescimento forte de prêmios em 2020.
“Em nossa opinião, o Bradesco se destaca entre os grandes bancos devido à sua capacidade de aproveitar melhor as
oportunidades, além de um maior apetite ao risco. Além disso, a empresa possui seu próprio banco digital independente. Já o ABC Brasil deve continuar a aumentar seu portfólio de crédito, expandindo o segmento de médias e grandes
empresas. Inadimplência está sob controle, porém com possibilidade de aceleração devido ao avanço do crédito”, avaliam.
Em mineração e siderurgia, a visão é positiva, apontando CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3) como preferidas. No caso da primeira, eles apontam que os obstáculos de curto prazo ainda desaceleram a entrega de resultados, prorrogando o desempenho mais forte para 2020, enquanto a Gerdau está se tornando uma empresa mais enxuta, pronta para desempenhar acima do mercado na visão do BB. A Vale, por sua vez, deve retornar aos níveis de produção e custo de 2018 (antes da tragédia de Brumadinho).
A Petrobras é top pick no setor de óleo e gás. “A companhia iniciou quatro novas plataformas em 2019, aumentando a produção, com menor lifting cost e, também, menor alavancagem devido à venda de ativos. Assim, a empresa está preparada para crescer e pagar maiores dividendos”, avaliam. Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) são top pick do setor de alimento e bebidas, com os analistas destacando que peste suína africana (PSA) tem efeito disruptivo no comércio internacional de proteína animal, com impacto expressivo no volume exportado e na dinâmica de preços. “A expectativa positiva deve se consolidar em 2020”, afirmam.
No setor elétrico, destaque para Taesa (TAEE11) e, no de saneamento, para a Sanepar (SAPR11); para transportes, a visão é positiva com Localiza (RENT3) e Movida (MOVI3). As preferências para o imobiliário, por sua vez, são com as ações de Cyrela (CYRE3), MRV (MRVE3) e BR Malls (BRML3).
Por fim, no setor de varejo, Pão de Açúcar (PCAR4) e Via Varejo (VVAR3) – esta última a terceira maior alta do Ibovespa em 2019 – são as top picks. “Ao longo de 2020 devemos ver a maturação de diversas iniciativa já em curso, além da conclusão do processo de aquisição da Almacenes Éxito e sua migração para o Novo Mercado”, destaca o BB sobre o GPA. Já sobre a Via Varejo, a visão é de que a companhia está ainda no começo do seu processo de virada, mas já é possível observar melhorias.
O Santander, por sua vez, tem na sua carteira “All Stars do Brasil” o Banco do Brasil (BBAS3), a SulAmérica (SULA11), a Randon (RAPT4), a Localiza, a CPFL e a Renner (LREN3). A maioria das principais recomendações do banco estão em setores nos quais gargalos de longo prazo do País oferecem oportunidades (logística, energia, finanças, saúde) e apresentam importantes componentes bottom-up [abordagem de análise de ações que concentra no individual e não no ciclo de mercado/macroeconômico], avaliam. Os analistas ainda apontam que CPFL, BB, Rumo e SulAmérica tiveram revisões positivas nos resultados nos últimos três meses.