Etec de Itatiba cria alerta de sonolência para segurança no trânsito
Modelo usa visão computacional e robótica para detectar sinais de falta de atenção do motorista, com risco aumentado de acidentes; projeto foi finalista da Febrace 2025.
Os estudantes da segunda série do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Desenvolvimento de Sistemas ainda nem têm idade para dirigir, mas já se preocupam com o alto número de acidentes de trânsito em ruas e rodovias. Um problema tão grave, que é citado entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU).
“A ODS 3, relacionada à saúde e bem-estar fala especificamente em reduzir pela metade as mortes e os ferimentos globais por acidentes em estradas. Resolvemos entrar nessa campanha”, explica o professor de sistemas embarcados, Humberto Augusto Piovesana Zanetti.
Humberto é orientador do trabalho Alerta de Sonolência em Motoristas utilizando Visão Computacional e Robótica ao lado de Anderson Wilker Sanfins, professor de algoritmos e programação. Os alunos Rafael Santiago da Silva, Heloísa Fernandes Cano e Matheus Eduardo da Silva representaram a Escola Técnica Estadual (Etec) Rosa Perrone Scavone, de Itatiba, na fase final da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada entre 24 e 28 de março, no campus Butantã, da Universidade de São Paulo (USP).
“Ficamos muito felizes e empolgados em participar de feiras de conhecimento e poder apresentar este projeto, que acreditamos tanto”, comentou Matheus, ao receber o terceiro lugar no Prêmio Jovem Cientista, durante a Febrace 2025.
Como funciona?
O modelo é composto por uma câmera acoplada em pequeno braço robótico, que acompanha os movimentos naturais da cabeça do motorista ao volante. Esse sistema está ligado a uma placa computacional, que roda um código capaz de identificar sinais de cansaço e sonolência, como piscadas mais longas, ou até uma cabeça caída para lateral. “Quando identifica sinais de sonolência, o sistema aciona alertas sonoros e luminosos com função de despertar o motorista”, explica.
O projeto foi desenvolvido com uso de visão computacional, sistema de programação em Phyton, e princípios de robótica presentes no Arduino. O próximo passo é a busca por placas computacionais menores que tornem o protótipo mais portátil.
“Nosso público-alvo são motoristas de longas distâncias, principalmente, os que dirigem muito em estradas, como caminhões e ônibus. Um equipamento que melhora os padrões de segurança certamente agrega valor à companhia que o tiver como diferencial”, diz, já prevendo o modelo de negócios com companhias de viação rodoviária.
Ao todo, as Etecs atingiram a marca de 14 projetos finalistas na Febrace 2025, entre mais de 3 mil inscritos de todo o País.