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Em menos de três meses, Creditas capta novo investimento e vira unicórnio

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O fundador e CEO da empresa, Sergio Furio: evolução de ecossistema com Pix e open banking

A fintech Creditas se tornou o novo unicórnio brasileiro ao fechar uma nova rodada de investimento, que confere à empresa um valor de mercado de US$ 1,75 bilhão e impulsiona a evolução de um ecossistema de produtos financeiros de crédito e a expansão internacional.

O aporte Série E, de US$ 255 milhões, torna a empresa fundada pelo espanhol Sergio Furio uma das fintechs mais capitalizadas da América Latina. O investimento teve a participação dos acionistas atuais, SoftBank Vision Fund 1, SoftBank Latin America Fund, VEF, Kaszek e Amadeus Capital. Além disso, a startup atraiu novos investidores, como o fundo LGT Lightstone, Tarsadia Capital, Wellington Management, e.ventures e Advent International, através de sua afiliada Sunley House Capital.

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Segundo Furio, esta foi a rodada mais rápida levantada na história da Creditas: o conselho da startup decidiu iniciar o fundraising em setembro e a empresa fechou o investimento no início de dezembro. Alguns fatores contribuíram para isso. Muitas das reuniões com investidores de diversas partes do globo que antes aconteciam de forma presencial ocorreram online por conta da pandemia, facilitando a operação.

“O processo desde o começo das conversas com com investidores até o closing da rodada foi muito rápido, e de certa forma mais eficiente que o normal por ser remoto: poder encontrar investidores que estão em cinco países diferentes no mesmo dia ajudou bastante a agilizar as etapas, e fez que as conversas fossem muito mais focadas, direto ao ponto”, diz o fundador, em entrevista à Forbes.

No entanto, a rapidez da conclusão do mais recente aporte se deve principalmente ao crescimento da Creditas em meio à pandemia, que tornou a oportunidade muito convincente para a base de novos e existentes investidores: o portifólio de crédito da empresa no terceiro trimestre deste ano quase dobrou em relação ao mesmo período em 2019, ultrapassando R$ 1 bilhão. Nos primeiros nove meses de 2020, a receita da empresa atingiu os R$ 232 milhões, mais que o dobro do mesmo período no ano anterior.

Por outro lado, surgiram preocupações usuais levantadas por investidores, principalmente no que diz respeito à volatilidade macroeconômica do Brasil – afinal, na rodada anterior da Creditas, o dólar estava em R$ 3,80 e, na atual, a moeda norte-americana batia nos R$ 5,50 – mas a situação corrente não teve uma grande interferência nas tratativas. “Investidores obviamente olham para tudo isso, mas, ao mesmo tempo, sabem que investem na companhia para o longo prazo, portanto os movimentos que acontecem no interim são menos relevantes”, aponta.

“Além disso, os números que entregamos no terceiro trimestre eram muito bons [a receita da empresa no trimestre finalizando em setembro chegou aos R$ 30,4 milhões, o que se compara ao período pré-Covid] e apontavam para um quarto trimestre bem forte. Isso foi um ponto de validação para os investidores, que viram que, mesmo no momento atual, a Creditas sai como uma das grandes beneficiadas por conta da existência de colaterais, e do processo digital”, acrescenta Furio.

A gestão da fintech frente ao novo coronavírus foi outro ponto notável para os fundos de investimento. Como reação imediata à crise em março, Furio reduziu os investimentos em marketing, na época um dos maiores gastos da companhia, parou de contratar e colocou a empresa em fluxo de caixa positivo pela primeira vez desde sua fundação em 2012. Em julho, a startup notou que os clientes continuavam a pagar, e que o mercado de capitais permanecia disponível. A empresa então retomou o recrutamento: no começo da crise a Creditas tinha 1.500 funcionários, e o ano termina com 1.800 pessoas na folha.

Com o novo investimento, a Creditas deve impulsionar sua estratégia de ecossistema de serviços financeiros e seus múltiplos produtos de crédito com garantia em torno de três círculos: casa, carro e salário. As ofertas incluem desde empréstimo com garantia para reformas até antecipação de salário e, segundo Furio, ainda há muito a fazer: “Acreditamos em uma nova versão de empresas de tecnologia que não cobrem só um segmento, mas têm uma solução de ponta a ponta que mantém esse cliente junto com a empresa durante muitos anos, com muita recorrência”, ressalta.

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