Tecnologia

Conheça as cifras que vêm em ondas

Outro anúncio recente é a criação da WSL Studio. Qual conteúdo será produzido?

O surfe tem tantas histórias incríveis para serem contadas… Uma vez que a liga gera conteúdos ligados à competição, naturalmente podemos falar também da conservação dos oceanos, do estilo de vida que acompanha o esporte, dos lugares maravilhosos em que as competições são realizadas. A WSL Studio é uma maneira de expandir nossa atuação, de falar de modo mais abrangente sobre o impacto que o surfe tem causado. Era importante expandir a geração de conteúdo para além dos eventos ao vivo.

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Sob sua liderança, a WSL igualou os prêmios de homens e mulheres. No mundo executivo, a igualdade de gêneros ainda é uma meta distante?

De maneira geral, sim. Na WSL, demos um passo importante com a política de pagamentos iguais. Mas, em geral, tanto nos negócios tradicionais como no ambiente do esporte, ainda existe uma desigualdade importante. Em temas como a quantidade de mulheres que trabalham no meio esportivo, da participação delas na gestão e do dinheiro sendo investido e gerado [em competições femininas], também existe um longo caminho a ser percorrido.

A WSL também decidiu, neste ano, mitigar sua pegada de carbono e zerar o uso de plástico não reaproveitável nas etapas. Por que é importante, para um negócio, dar esse passo?

O oceano é nosso playground e existe uma crise ambiental massiva acontecendo. Queremos ajudar pessoas e parceiros a provocarem as mudanças necessárias. É, sim, um investimento. E vamos fazê-lo porque é a coisa certa a ser feita. Mas também será bom para o negócio. Existem muitas pesquisas que mostram que a próxima geração de consumidores está realmente preocupada com o meio ambiente e escolhe apoiar marcas que se preocupam com essa questão. É importante para o nosso posicionamento, portanto.

Qual foi a grande mudança que a gestão da WSL viveu sob sua liderança?

Tivemos vários passos importantes. A organização se tornou mais forte em diversas áreas, profissionalizou diferentes aspectos do surfe, aumentou suas receitas, fez algumas mudanças no esporte em si – como o calendário e o formato das competições. É importante que o produto seja continuamente melhorado, para se tornar mais interessante para os fãs. Também contratamos vários executivos seniores e agora temos os melhores talentos para alcançar nossas ambiciosas metas. Além disso, começamos a fazer eventos no sistema de ondas artificiais. Tivemos o primeiro evento do tipo no ano passado e teremos outro em 2019. É importante entender as possibilidades que isso traz para a mídia e os patrocinadores. O oceano nunca foi tão importante, mas agora usamos a tecnologia de forma complementar.

Getty Images
Medina entuba na piscina artificial (Califórnia), em 2018, quando venceu essa etapa do Mundial

Sobre as piscinas de ondas: a WSL tornou-se sócia de Kelly Slater em sua tecnologia de ondas artificiais. Mas a organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio anunciou que as disputas não serão em piscina; no Brasil, dois projetos foram anunciados pela empresa concorrente (a Wave Garden). As piscinas de ondas ainda são importantes no plano de negócios da WSL?

Ainda achamos que isso é uma parte importante do nosso futuro. Mas nem tudo sai de acordo com o planejado, especialmente em projetos que estão no estágio inicial. Ficamos desapontados por não estarmos nas Olimpíadas, mas temos outros projetos que estamos olhando. Espero que nos próximos dois anos a gente tenha diversos novos projetos construídos. É algo importante para o negócio. É ótimo, inclusive, que existam outras tecnologias [concorrentes] no cenário, mas nosso foco é alta performance e treinamento.

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Quais são os principais desafios para os próximos meses?

Estamos chegando ao meio da temporada de 2019. Acabamos de fazer um evento muito bem-sucedido na Austrália e estamos animados com a etapa brasileira [entre 20 e 28 de junho]. No geral, vamos continuar focados na estratégia de atingir uma audiência cada vez maior e melhorar o perfil do esporte. Além disso, vamos nos preparar, nesses próximos 12 meses, para maximizar as oportunidades que virão da inclusão do surfe nos Jogos Olímpicos.

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