Economia

Bolsonaro diz que tomará providência se preço do petróleo continuar subindo

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (3) que o governo se preocupa com uma possível alta do petróleo neste momento, mas tem a expectativa de que os preços voltem à normalidade.

Hoje, o petróleo Brent chegou a registrar alta de mais de 4%, mas fechou em 3,55%, a US$ 68,60 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), devido ao temor de queda na oferta da commodity após um ataque militar americano ao aeroporto de Bagdá ter matado o general Qassim Suleimani, comandante das Forças Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã.

Bolsonaro disse já ter conversado sobre o assunto com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

“Tivemos nossa conversa e temos uma estratégia de como proceder o desenrolar dos fatos. A coisa que mais preocupa é uma possível alta do petróleo, de 5% no momento. Conversei com o presidente da Petrobras também. A exemplo do que aconteceu na Arábia Saudita, o ataque de drones, em poucos dias voltou a normalidade. A gente espera que aconteça agora também”, disse.

Segundo o presidente, se o petróleo continuar a subir nos próximos dias, “uma providência” pode ser tomada. Ele frisou, no entanto, que a ideia é não interferir, e chegou a sugerir que os governadores reduzam as alíquotas de ICMS incidentes sobre os combustíveis caso esse cenário se confirme.

“Com toda certeza eu converso com o almirante Bento (ministro de Minas e Energia), com o presidente da Petrobras e o Paulo Guedes (ministro da Economia) e nós temos uma linha de não interferir. Acompanhar e buscar soluções. A gente apela para governadores. Vamos supor que aumente 20% o preço do petróleo, vai aumentar em 20% o preço do ICMS. Não dá para uns governadores cederem um pouco nisso também? Porque todo mundo perde. Quando você mexe em combustível, toda a nossa economia é afetada”, declarou.

Bolsonaro aproveitou para destacar que a Petrobras segue em recuperação após anos difíceis durante a gestão de governos anteriores. “A Petrobras está se recuperando do que sofreu nos últimos anos, em especial no governo do PT. Quase quebraram uma estatal. Seria a primeira estatal petrolífera a quebrar no mundo, pelo que tenho conhecimento. E está se recuperando”, declarou.

As ações da estatal, que operaram em alta boa parte do dia por conta da disparada do petróleo, perderam força nos minutos finais do pregão, com os papéis preferenciais fechando com queda de 0,81%, a R$ 30,45, sua mínima do dia.

O presidente descartou a possibilidade de o governo emitir um posicionamento sobre o ataque militar norte-americano. “Eu não tenho o poderio bélico que o americano tem para opinar nesse momento. Se tivesse, opinaria”, disse. O presidente disse ainda que está em contato com autoridades americanas, mas não entrou em detalhes. “Lógico que eu converso. Não vou dizer, é reservada a conversa, e somos aliados em muitas questões”, afirmou.

O presidente disse ainda que sua viagem para Davos e para a Índia estão confirmadas, mas que a repercussão da morte do general iraniano Qassim Suleimani pode afetar a agenda de chefes de Estado. “A gente não sabe até que ponto pode impactar também não a minha viagem, mas as de todos os chefes de Estado para Davos, nessa questão. Há uma ameaça do Irã de retaliações e estamos aguardando. Por enquanto, está mantida”, disse.

As declarações foram dadas no Hospital DF Star. Pela segunda vez no mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro visitou a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que está em recuperação após passar por cirurgia. Michelle passou por procedimentos para a troca da prótese de silicone e para correção de diástase no músculo do abdome e de hérnia umbilical.

O médico cirurgião responsável, Régis Ramos, disse ainda que a primeira-dama está bem e que sua recuperação superou as expectativas. A previsão de alta é neste sábado, 4, entre 8h e 9h.

Operação suicida

No final da tarde, Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista ao vivo, por telefone, ao programa Brasil Urgente, apresentado pelo jornalista José Luiz Datena, na TV Bandeirantes. Perguntado pelo apresentador se acreditava em uma possível retaliação do Irã contra os Estados Unidos, o presidente disse que poderia ser uma “operação quase suicida” do país mulçumano.

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