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Ações de Petrobras, Vale e siderúrgicas sobem forte após tombo na véspera; Cielo opera estável após balanço fraco

SÃO PAULO – Após o Ibovespa ter registrado a maior queda desde março de 2019 com os temores sobre o coronavírus, a sessão é de recuperação para a bolsa brasileira, na esteira das bolsas no exterior e acompanhando as medidas tomadas pela China para combater o coronavírus, que já vitimou mais de 100 pessoas.

Frigoríficos como JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), além de Vale (VALE3) e siderúrgicas como Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3) sobem forte e poucas ações do Ibovespa registram perdas, caso de Telefônica Brasil (VIVT4) e RD (RADL3), que foram uma das poucas altas do índice na sessão da véspera.

Praticamente no zero, estão as ações da Cielo (CIEL3), após a divulgação do resultado do quarto trimestre considerado fraco. Confira os destaques:

Cielo (CIEL3)

A Cielo, operadora de cartões e meios de pagamentos, comunicou ontem à CVM que obteve um lucro líquido de R$ 1,58 bilhão em 2019, uma queda de 49,7% em comparação a 2018, quando lucrou R$ 3,1 bilhões. Em seu balanço publicado na autarquia, a empresa informou que obteve um EBITDA de R$ 1,79 bilhão, o que representou um recuo de 50,6% em comparação a 2018. O volume financeiro de transações da empresa foi de R$ 683 bilhões no ano passado, um aumento de 9% sobre o ano anterior.

O Itaú BBA, Bradesco BBI e o Morgan Stanley, comentaram que o balanço da Cielo veio abaixo das expectativas para a credenciadora de cartões. O Itaú BBA colocou sob revisão o preço-alvo da Cielo e a própria classificação do papel. A perspectiva do BBA para o papel é negativa. “A Cielo apresentou fracos resultados no quarto trimestre de 2019, com aumento das despesas. Houve uma queda de 38% no EBITDA em 2019, na comparação a 2018, e os gastos levaram a uma deterioração de 13 pontos porcentuais na margem EBITDA”, comentou.

Para o Bradesco BBI, o lucro líquido do quarto trimestre, de R$ 242 milhões, veio 17% abaixo da estimativa da corretora, que era de R$ 292 milhões. O BBI avalia que as despesas e os custos no período foram 9% maiores que a projeção para a Cielo. A equipe de análise não mudou as projeções de lucro líquido para a Cielo em 2020 e 2021, de R$ 1 bilhão e R$ 1,1 bilhão, respectivamente, mas alerta que o mercado pode mudar e ressalta que os preços nas empresas de meios de pagamento continuam sob pressão por causa da forte concorrência. A recomendação dos analistas para a Cielo continua “underperform” – abaixo da média, com o preço-alvo do papel em R$ 6,50, abaixo dos R$ 7,00

Já o Morgan Stanley, embora ainda classifique o papel como “overweight”, que é positiva, comentou que os resultados da Cielo “vieram abaixo das nossas estimativas. O lucro líquido de R$ 242 milhões no quarto trimestre de 2019 teve queda de 32% na comparação a igual período de 2018, e veio abaixo da nossa estimativa de R$ 392 milhões e do consenso do mercado, de R$ 345 milhões”, comentou o Morgan Stanley. “Os custos e as despesas estão crescendo bem acima do faturamento”. Como ponto positivo, o banco ressalta que o faturamento bruto da Cielo no quarto trimestre, de R$ 2,97 bilhões, cresceu 6% sobre igual período do ano anterior, “acima em 3% das nossas estimativas de R$ 2,88 bilhões e também da estimativa do mercado”.

Banco do Brasil (BBAS3)

A União concluiu a venda das ações excedentes do Banco do Brasil (BB) em poder do governo. A operação, que arrecadou R$ 1,06 bilhão, ocorreu na última quinta-feira (23), mas só foi divulgada ontem (27) pelo Ministério da Economia.

Ao todo, foram vendidas 20.785.200 ações ordinárias que excediam o limite necessário para a União manter a condição de maior acionista do banco. A operação não afetará o controle da instituição financeira pelo governo.

Em nota, o Ministério da Economia informou que a venda das ações segue a política de desinvestimentos e de redução do tamanho do Estado definida pelo governo. Segundo a pasta, o dinheiro retornará aos cofres públicos, podendo ser usado para reduzir a dívida pública ou fazer investimentos, como obras públicas.

Neste ano, o governo quer vender cerca de R$ 150 bilhões de participações da União em empresas. A venda das ações excedentes do Banco do Brasil tinha sido incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND) em 22 de agosto do ano passado. Os papéis estavam depositados no Fundo Nacional de Desestatização, operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

JBS (JBSS3)

A JBS informou que fechou um acordo com a empresa chinesa WH Group, de Hong Kong, para exportar carnes bovina, suína e de aves no valor de até R$ 3 bilhões por ano à China. Segundo a empresa brasileira, serão exportados produtos in natura das marcas Seara e Friboi. “Este acordo reflete a maturidade das nossas relações comerciais com a China”, disse Renato Costa, presidente da Friboi. Segundo a JBS, o WH Group tem 60 mil pontos de venda na China. A empresa brasileira diz que os embarques começarão ainda no primeio trimestre deste ano.

Telebras (TELB4)

A estatal Telebras comunicou à CVM, na noite de ontem, que os acionistas que quiserem exercer o direito de sobras das ações ordinárias e preferenciais da empresa poderão comprá-las até 3 de fevereiro na B3, no Banco Bradesco ou nas suas corretoras. A empresa realizou um aumento de capital, com a emissão de mais de 10 milhões de ações ordinárias e 8 milhões de ações preferenciais, em dezembro. Sobraram cerca de 2,2 milhões de ações, entre ON e PN. A empresa espera levantar R$ 1,5 bilhão com o aumento de capital. Após a privatização da telefonia fixa e móvel em 1998, a estatal foi desativada. Em 2010, foi reativada para a instalação de fibra óptica e banda larga no interior de vários estados.

brMalls (BRML3)

A brMalls e a Multiplan, duas as maiores donas e administradoras de shopping centers do Brasil, informaram que investirão em 2020 um total de R$ 69 milhões na Delivery, sua joint-venture para a logística e integração entre operações do varejo físico e o comércio eletrônico. A Delivery atua em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Azul (AZUL4

A Azul informou que pretende subarrendar 53 dos seus aviões Embraer E-195 para companhia aérea LOT, da Polônia, e para a Breeze Aviation Group, uma empresa aérea “start up” dos Estados Unidos. Segundo a Azul, a operação faz parte do seu plano de substituição da frota por aeronaves mais modernas, como o Embraer E2, que é maior e tem o consumo mais baixo de combustível. “Agora que construímos uma malha mais extensa, estamos prontos para adicionar em nossa frota as aeronaves E2. O preço do combustível é 35% mais caro no Brasil que em outras partes do mundo, por isto é essencial que a Azul passe a operar com aeronaves da próxima geração o quanto antes”, comentou John Rodgerson, executivo-chefe da Azul.

 

Embraer (EMBR3)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a compra da Embraer  pela Boeing, alegando que as empresas não concorrem nos mesmos mercados e que não há risco de problemas concorrenciais decorrentes da aquisição.

Em nota, o Cade informou que sua decisão engloba duas transações: a aquisição pela Boeing de 80% do capital do negócio de aviação comercial da Embraer e a criação de uma joint venture entre ambas as empresas voltada para a produção da aeronave de transporte militar KC-390, com participações de 49% (Boeing) e 51% (Embraer).

A autarquia concluiu que a compra da Embraer pela Boeing não deve impactar negativamente os níveis de rivalidade existentes neste mercado, apesar de as condições de entrada no setor não serem favoráveis.

“Na verdade, a ampliação do portfólio da Boeing deve aumentar sua capacidade de exercer pressão competitiva contra a líder Airbus, empresa que domina esse mercado”, explicou o Cade em nota.

Sobre a joint venture, o Cade “concluiu que não existe possibilidade de exercício de poder de mercado, uma vez que a operação não representa a união dos portfólios de aeronaves de transporte militar das empresas, mas apenas a participação em um projeto comum.”

(Com Agência Brasil e Bloomberg)

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Fonte: Infomoney Blog Epolitica

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