Economia

Ação da Suzano sobe 5% após balanço e Marfrig avança com recomendação; BB diminui perdas, enquanto Vale cai 2%

Fábrica da Suzano Papel e Celulose

A sessão desta quinta-feira (13) é de forte queda para o Ibovespa, com baixa de Vale (VALE3), siderúrgicas como CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) em meio à recontagem dos casos de coronavírus que levaram a um forte número de infectados.

Bancos como Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) também registram baixa após os ganhos das sessões anteriores: contudo, a ação do BB diminuiu as perdas de cerca de 2% registradas mais cedo, na esteira de um resultado considerado positivo pelos analistas de mercado. Já a Suzano (SUZB3) tem novo dia de fortes ganhos por uma combinação de dólar renovando recordes, o que favorece as ações de exportadoras como a companhia, e de um balanço considerado forte. Já a Marfrig (MRFG3) sobe após ter a recomendação elevada pelo JPMorgan.

Confira os destaques:

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 4,625 bilhões no quarto trimestre, 20,3% acima ao registrado em igual período de 2018. Frente o terceiro trimestre, o crescimento foi de 1,8%. No ano, o lucro avançou 32,1%, a R$ 17,8 bilhões em 2019.

O lucro líquido do BB chegou acima das expectativas dos economistas ouvidos pela agência Bloomberg. A carteira de crédito de pessoas físicas do banco estatal cresceu 8,9% em dezembro de 2019, em comparação a igual mês de 2018, para R$ 17,4 bilhões. Já a carteira de crédito ampliada de 2019 teve queda de 2,6% em comparação a 2018, para R$ 680,7 bilhões.

Dentro da carteira ampliada, a carteira de crédito para pessoas jurídicas recuou 10,9% em 2019, em comparação a 2018, para R$ 197,5 bilhões. A carteira para microempresas cresceu 8,5% para R$ 64,5 bilhões em 2019. O BB informou que as despesas administrativas aumentaram 8,7% no quarto trimestre e 11% no terceiro, porque o banco teve que repassar R$ 514 milhões à Cassi, um fundo de seguro-saúde dos funcionários e ex-funcionários do banco. Mas esse efeito foi não recorrente.

A leitura preliminar indica números do quarto trimestre e guidance para 2020 como positivos, destaca o Credit Suisse. “O ponto médio do guidance indica um crescimento do lucro líquido de 9% em 2020. Este patamar representaria uma das melhores performances entre os grandes bancos e também fica bastante alinhado com nossas projeções. A composição da receita ficou acima do esperado com maior contribuição de margem financeira e queda em outras despesas”, afirmam os analistas.

Suzano (SUZB3)

A maior fabricante de papel e celulose do Brasil teve um lucro líquido de R$ 1,175 bilhão no quarto trimestre de 2019, queda de 61% sobre o resultado do mesmo período do ano anterior. A expectativa dos analistas compilada no consenso Bloomberg era de um lucro de R$ 1,079 bilhão. No ano, a empresa teve prejuízo de R$ 2,815 bilhões, ante R$ 2,736 bilhões previstos.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia foi de R$ 2,465 bilhões nos últimos três meses do ano passado, número 31% menor que o do ano anterior. A expectativa dos analistas era de um Ebitda de R$ 2,511 bilhões.

Por fim, a receita líquida atingiu R$ 7,049 bilhões no último trimestre do ano passado, uma queda de 3% ante os três últimos meses de 2018, mas acima das projeções de R$ 6,498 bilhões de faturamento anual.

O Itaú BBA e o Morgan Stanley comentaram o balanço. Segundo as duas análises, a perspectiva é positiva e a redução dos estoques de celulose foi indicada como um fato benéfico, bem como as sinergias com a Fibria.

Na avaliação do BBA, “a Suzano reportou uma redução dos estoques em cerca de 650 mil toneladas no quarto trimestre, ultrapassando a redução de 450 mil toneladas do trimestre anterior, reduzindo assim em dois terços os estoques no segundo semestre de 2019. A empresa também aumentou para até R$ 1,2 bilhão a economia com as sinergias obtidas com a Fibria, o que potencialmente aumentará o valor das ações SUZB3 em R$ 2,5 bilhões”, projeta o Itaú BBA.

Como lado negativo, o BBA aponta que a relação dívida líquida sobre o EBITDA piorou, de 4,7 vezes no terceiro trimestre para 5 vezes no quarto. “O EBITDA ajustado de R$ 2,6 bilhões (no quarto trimestre) chegou 2% acima da nossa estimativa. A redução dos estoques foi sólida. Como lado negativo, a relação dívida líquida sobre o EBITDA subiu para 5 vezes”, comenta o Morgan Stanley. O banco continua a avaliar o papel como Neutro, com preço-alvo de R$ 42,00. Já o Itaú BBA continua a avaliar a ação SUZB3 com recomendação acima da média (outperform), com preço-alvo de R$ 45,00, 12,4% acima do preço atual de R$ 40,03 na B3.

Marfrig (MRFG3)

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