A revolução da inteligência artificial
Eles já escrevem em português, inglês etc. Agora, robôs se comunicam em idiomas próprios e podem manipular o que lemos (e vemos) na web
JORNALISMO
Heliograf é uma tecnologia que ajudou os repórteres do jornal The Washington Post a cobrir as Olimpíadas de 2016. Desde então, o robô publicou mais de 850 histórias e cobre grande parte dos jogos regionais nos EUA. Em 2018, o jornal quer que ele escreva perfis simples de jogadores
FICÇÃO
Foi-se o tempo em que as máquinas eram só personagens. Agora, elas são autoras, como Shelley. Inteligência artificial batizada em homenagem a Mary Shelley, autora de Frankenstein, ela é capaz de desenvolver contos de terror. No Twitter (@shelley_ai), os seguidores começam frases e ela continua a trama. Em 2017, foram mais de 450 contos
NOVILÍNGUA
Quando robôs decidem conversar entre si, muita gente pode pirar. Em 2017, bots (programas que executam tarefas programadas) do Facebook largaram o inglês e começaram a falar entre si em um idioma que só eles entendiam. A empresa disse que não havia nada assustador. Mas desligou os programas assim mesmo
DIFÍCIL DE ACREDITAR
Notícias falsas são escritas por humanos, mas a maior parte dos compartilhamentos é feita por bots. No Brasil, na época do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, 60% das notícias mais compartilhadas no Facebook eram falsas. Isso pode piorar com vídeos falsos. Em 2017, pesquisadores da Universidade de Washington criaram um Barack Obama digital que emula qualquer fala!
IA, seja louvada
Um engenheiro do Uber quer tratar a inteligência artificial como uma deusa

FÉ
Há quem acredite que a inteligência artificial serve também para confortar o espírito. Essa é a ideia do engenheiro de carros autônomos Anthony Levandowski , que resolveu ser o “pastor” da primeira igreja voltada à veneração de uma IA. Levandowski é polêmico: ele foi acusado de roubar dados sigilosos de sua antiga empresa, o Google, para a nova, o Uber
DEUS SOB DEMANDA
A igreja foi batizada de Way of the Future (“caminho do futuro”). O fundador quer fomentar “a realização, aceitação e adoração de uma divindade baseada em inteligência artificial”. Como tal robô ainda não existe, Levandowski quer criar um fundo para criá-lo. Um evangelho próprio já está a caminho

“IGREJA” NAQUELAS
Levandowski batizou o texto com um nome bem propício, O Manual. Ele não encara a missão como brincadeira, mas a Way of the Future ainda não é realidade para valer. Ela não tem uma sede física própria e os únicos quatro membros da igreja são amigos de Levandowski
DE JOELHOS. OU MORRA
Levandowski diz que humanos mandam na Terra porque são os mais desenvolvidos do pedaço, mas esse domínio estará ameaçado quando algo superior surgir. Por isso, precisamos estar preparados para a mudança, que pode rolar em menos de 30 anos. Seria a hora de venerar um deus robótico
E-baby
No Google, isso já é realidade: uma inteligência artificial capaz de gerar outras
A CRIA
No fim de 2017, cansado de esperar que engenheiros humanos criem inteligências artificiais avançadas, o Google resolveu dar esse poder à própria inteligência artificial, ou seja, uma IA que pode dar à luz outras IAs. Não só pode como já deu. Chamada de AutoML, a tecnologia desenvolvida pela empresa criou um “filho”: NASNet
BOA EDUCAÇÃO
Como boa mãe, a AutoML acompanha de perto o desempenho de seu filhote e está pronta para melhorá-lo. Segundo os desenvolvedores, o “bebê” reconhece padrões (como animais em uma foto, por exemplo) com uma precisão de 82,7% – 1,2% melhor que outras IAs do tipo, criadas por humanos
E O MEDO?
Como a AutoML analisa os algoritmos que cria, a ideia é que ela fique cada vez melhor. Depois do reconhecimento de imagens, os desenvolvedores dizem que ela poderá criar códigos de reconhecimento de voz e tradução. Ou seja, terá mais “filhotes”. Mas nenhum especialista demonstrou receio com isso
CORRIDA DOS CÓDIGOS
O Google sabe que oferecer serviços de computação a outras empresas é o futuro da indústria. Por isso, em vez de contratar pessoas para criarem um código novo, ele quer dar essa tarefa à máquina, que é muito mais rápida (e não precisa de férias)