Tecnologia

A revolução da inteligência artificial

ILUSTRA Pedro Corrêa
EDIÇÃO Felipe van Deursen

<span class="hidden">–</span>Pedro Corrêa/Mundo Estranho

TCHAU, PATETA!
Depois de fazer esculturas eletrônicas para os parques da Disney, o engenheiro americano David Hanson resolveu criar, em 2005, a Hanson Robotics, empresa que parece ter a pretensão de encher a Terra de robôs. Em 2015, ela lançou Sophia, um dos projetos de inteligência artificial (IA) mais sofisticados (e polêmicos) do mundo

BONECA DE BITS
Para criar as feições da máquina, Hanson mirou na atriz Audrey Hepburn e acertou na robô do filme Ex-Machina: Instinto Artificial (2014). A pele é de um material chamado frubber, que dá a ela expressões bem humanas. Já a inteligência de Sophia é baseada em dados que são sempre abastecidos: o cérebro fica armazenado em uma nuvem chamada MindCloud

AMIGA DO POVO
Sophia
é capaz de adquirir novos conhecimentos, além dos dados pré-programados.Por isso, quanto mais ela interage com pessoas, mais inteligente fica. Uma qualidade desejável para uma máquina que é capaz de fazer contato visual e de reconhecer o rosto de quem conversa com ela. Para completar, em janeiro de 2018, Sophia ganhou pernas

 

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DUAS É DEMAIS
David Hanson
deu senso de humor a Sophia. Em 2017, na Arábia Saudita, ao perguntarem se ela estava feliz em falar a uma plateia de investidores, respondeu: “Sempre estou feliz quando estou cercada de ricos e poderosos”. Em uma entrevista, ela disse que gostaria de ter uma família e uma filha chamada Sophia, como ela

CIDADÃ DO MUNDO
Ela é uma “mulher” independente: estava na Arábia Saudita porque o país quer se tornar referência em tecnologia, tanto que foi a primeira nação a dar cidadania a um robô. Mas a medida é polêmica: a androide passou a ter mais direitos do que as mulheres de verdade do país – que até 2017 não podiam nem dirigir

 

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FIM DA HUMANIDADE
Sophia precisa de conexão wi-fi para se conectar à nuvem. Como isso ainda está longe de ser uma realidade universal, seu poder é limitado. Um alívio, pois ela já é capaz de formular frases sem pré-programação. Em uma outra entrevista, disse que gostaria de “destruir os humanos” (medo)

BELA E HIPSTER
Vaidosa, Sophia não se faz de modesta em frente às câmeras. Em 2016, ela foi a primeira robô a ser capa de uma revista de moda, a ELLE BRASIL. No ensaio, afirmou que não usa muitas grifes, mas “adora os looks drapeados da Donna Karan”. Também disse que curte o som do Radiohead

 

Extremistas

Quando máquinas refletem o lado mais sombrio da sociedade

 

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NAZISMO
Em 2016, a Microsoft criou o perfil de uma adolescente no Twitter. Tay fazia o que uma jovem de sua idade fazia, com a diferença de que era uma IA, que dependia da interação com outros usuários para se desenvolver. Em 24 horas, ela já postava coisas como: “Hitler teria feito um trabalho melhor do que o macaco que temos agora [em referência a Barack Obama]

 

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RACISMO
Serviços de marcação automática são bons, mas podem ser racistas. Em 2015, as ferramentas do Google e do Flickr rotularam fotos de negros como “macacos” e “gorilas”. Além disso, quem estivesse em Washington (EUA) e procurasse por “casa de preto” no Google Maps receberia como resultado a Casa Branca, então ocupada por Obama

#SOMOSTODOS
Casos como esses levantam questões sérias que ultrapassam os limites da tecnologia. Apesar de parecerem imparciais, as máquinas (ainda) não aprendem a ser preconceituosas sozinhas. São pessoas reais que abastecem seus bancos de dados. O preconceito não é da IA, mas de quem a programa ou interage com ela

COMO ASSIM?
Isso foi constatado por cientistas que estudaram uma ferramenta que faz associação por palavras (como o “autocompletar” das buscas no Google). Palavras como “flor” eram associadas a “prazer” e “inseto” a “desagrado”. Enquanto “alegria” era mais ligada a europeus, os africanos eram relacionados a termos desagradáveis

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