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Queimadas na Amazônia são 3 vezes mais comuns em áreas próximas a frigoríficos

As três empresas afirmaram ainda estar trabalhando com o governo e ONGs para resolver as falhas no monitoramento.

“Estamos trabalhando com autoridades locais, governo e o setor como um todo no sentido de obter acesso aos dados e ferramentas necessários para resolver esse problema”, disse a JBS. A Marfrig afirmou que solicita as informações de compra de gado de seus fornecedores diretos, enquanto a Minerva disse que seria necessária maior fiscalização para que a lei fosse cumprida em todas as etapas da produção.

A indústria de carne bovina é considerada uma das principais causadoras de desmatamento na região, responsável por 80% do desmatamento na Amazônia, segundo estudos da Universidade de Yale.

Preocupação global

Os incêndios na Amazônia ganharam destaque mundial neste ano. Não há provas de que tenham sido provocados por fazendas que fornecem gado para JBS, Marfrig ou Minerva, nem de que tenham sido causados por elas, mas a quantidade de fazendas na floresta tropical pode estar contribuindo para agravar o efeito geral das queimadas iniciadas em outros lugares. 

“Todo o clima local está mais seco porque há menos evaporação a partir das árvores”, disse Yavinder Malhi, professor de ciência de ecossistemas da Universidade de Oxford.

A pecuária é uma das principais atividades responsáveis pelo desmatamento na Amazônia (Foto: Marcio Isensee e Sá)

Especialistas dizem que o aumento no número de incêndios foi causado diretamente por um crescimento do desmatamento: a queima intencional de árvores cortadas meses antes, em vez de incêndios florestais aleatórios. “Depois de limpar a floresta para estabelecer uma fazenda, a matéria orgânica fica espalhada, e os fazendeiros esperam até a estação seca para queimá-la”, disse Malhi.

O desmatamento tem sido uma questão importante nas negociações sobre mudanças climáticas em Madri, na Espanha, onde ocorreu a COP 25. Grandes empresas do Reino Unido escreveram ao governo brasileiro no início de dezembro para pedir ações urgentes.

“Nossas conclusões mostram que continuam ocorrendo incêndios e desmatamento na cadeia de fornecimento da JBS, apesar das políticas e dos compromissos da empresa”, disse Marco Túlio Garcia, que coordenou a pesquisa na Chain Reaction. “É urgente que a JBS resolva esses problemas.”

Apesar disso, recentemente a JBS tirou do ar um site que permitia aos clientes pesquisar códigos de produtos em busca do nome e das coordenadas da última fazenda onde o animal esteve antes do abate. Agora, os clientes são redirecionados para outro site, que fornece apenas o nome e o município das fazendas. A decisão da empresa foi criticada por reduzir a transparência no setor.

“Devido a questões jurídicas baseadas na Lei Geral de Proteção de Dados do Brasil, a empresa limitou algumas das informações sobre terceiros publicadas em seu site. […] A JBS possui uma política de transparência consistente”, disse a empresa.

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Source: Reporter Brasil

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