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Resultado da Marfrig anima analistas; S&P corta rating da Azul para CCC+, ajuda a elétricas e mais destaques

SÃO PAULO – A repercussão do resultado da Marfrig do primeiro trimestre de 2020, que animou o mercado, o rebaixamento de rating da Azul pela S&P e a ajuda às elétricas ganham destaque no noticiário corporativo desta terça-feira (19). Confira os destaques:

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig registrou prejuízo líquido de R$ 136,9 milhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo um lucro líquido de R$ 4,3 milhões registrado um ano antes. O resultado foi impacto pela variação cambial, de R$ 632 milhões, e a baixa contábil de R$ 169 milhões dos custos de amortização dos títulos de dívida no exterior que foram recomprados no período.

A receita líquida, por sua vez, atingiu R$ 13,5 bilhões, alta de 26,6% em relação ao mesmo período de 2019. “Entre os fatores que levaram a essa expansão estão o crescimento de 65% nas exportações da Operação América do Sul (composta por Brasil, Argentina, Uruguai e Chile) e a performance da Operação América do Norte, representada pela National Beef”, afirmou a companhia.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,233 bilhão, uma alta de 109% na comparação com os R$ 584 milhões registrados um ano antes, levando a uma margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) ajustada de 9,1%.

A companhia destacou que a operação da América do Norte teve seu melhor primeiro trimestre da história com recorde de receita líquida, Ebitda e margem. A receita líquida foi de US$ 2,185 bilhões, Ebitda ajustado de US$ 175 milhões com margem de 8,0%.  Também registrando o melhor trimestre da história, estão as operações na América do Sul, apontou a Marfrig, atingindo a margem Ebitda ajustada de 12,3%, com a receita líquida de R$ 3,765 bilhões e Ebitda ajustado de R$ 464 milhões, “resultado de uma estratégia comercial eficiente e a captura das economias geradas pelas ações de melhorias operacionais em andamento iniciadas em 2019”.

A empresa também destacou que o custo médio de sua dívida atingiu o menor patamar histórico de 5,81% ao ano, uma redução de 113 bps ou 16,3% em relação ao primeiro trimestre, um recorde da companhia.

Conforme apontou a Marfrig, a indústria de proteínas começou a sofrer os impactos da pandemia do coronavírus no final de março quando esta atingiu, principalmente, o continente americano, apesar de muitos exportadores já terem sentindo o impacto em suas vendas para a China desde o início do trimestre.

Nos EUA, o volume de animais abatidos no trimestre foi de 6,5 milhões de cabeças (USDA), um crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período de 2019 e muito em linha ao volume abatido no quarto trimestre de 2019. “Os dados do primeiro trimestre ainda não refletem o impacto coronavírus, dado que as medidas mais restritivas, como fechamento das redes de foodservice e lockdown iniciaram no final do período”, disse no release de resultados.

Já no Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou que o volume de abate do primeiro trimestre (de 5,4 milhões de cabeças) foi 10% inferior ao mesmo período de 2019. “A demanda gerada pelo maior volume de exportação não foi suficiente para compensar a queda no volume de vendas no mercado doméstico e alta de quase 30% no custo da arroba (base CEPEA – São Paulo) causando uma diminuição na produtividade do setor”, destacou.

“Neste contexto desafiador a diversidade geográfica das operações da Marfrig localizadas na América do Sul e do Norte se confirmou como uma grande força estratégica da Companhia. A Marfrig assegurou, de forma responsável e solidária, a continuidade de fornecimento aos seus clientes domésticos e internacionais por meio da operação ininterrupta de suas plantas aliada a uma estratégia comercial diferenciada e parcerias sólidas”, ressaltou no relatório de resultado.

De acordo com a XP Investimentos, a Marfrig apresentou fortes resultados, com o Ebitda ajustado 10% acima da expectativa, enquanto a margem Ebitda ajustada ficou acima em 8%, principalmente devido a: (i) forte demanda nos EUA; (ii) preços mais altos e fortes exportações, especialmente para a China; (iii) ganhos de eficiência operacional e reduções de custo na América do Sul e (iv) depreciação cambial.

A XP aumentou o preço-alvo da ação de R$ 13 para R$ 18 ao atualizar o modelo com os números do primeiro trimestre, que vieram acima do esperado, além de incorporar o modelo macroeconômico com a visão de um real particularmente mais fraco frente ao dólar.

Os analistas do Credit Suisse também destacaram o resultado como positivo e seguem otimistas com o case de investimentos da companhia. *O período é sazonalmente tímido na frente operacional, mas este trimestre foi claramente uma exceção, dadas as máximas recordes no trimestre)das margens Ebitda de 8% e 12,3% para National Beef e América do Sul, respectivamente”, afirmam.

Hermes Pardini (PARD3)

A Hermes Pardini registrou um lucro líquido de R$ 15,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, queda de 48% na base de comparação anual.

A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 308,3 milhões, queda de 8,1% na base de comparação anual. O Ebitda ajustado teve baixa de 23%, a R$ 50,5 milhões, levando a margem Ebitda ajustada de 19,6% para 16,4%, uma queda de 3,2 pontos percentuais.

Lojas Renner (LREN3)

A Lojas Renner informou em comunicado ao mercado que obteve êxito em ação judicial (MS Nº 5080029-13.2018.4.04.7100), que tramitou perante a Justiça Federal, referente à exclusão do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do PIS e da COFINS.

“Com o trânsito em julgado na data de 18 de maio de 2020, a companhia teve reconhecido o direito de reaver, mediante compensação, os valores apurados em relação às competências de novembro de 2001 a fevereiro de 2017, devidamente corrigidos, no valor total de R$ 1,357 bilhão – base maio de 2020”, destaca.

Segundo a varejista, os valores relativos às competências a partir de março de 2017 já têm seus efeitos reconhecidos nas demonstrações financeiras da companhia.

“Ressaltamos que, para aproveitamento do referido crédito, tal valor ainda deverá ser objeto de habilitação via procedimento administrativo perante a Receita Federal do Brasil”, concluiu.

B3 (B3SA3)

A B3 teve sentença desfavorável sobre ágio em processo R$ 1,3 bilhão. A sentença refere-se a auto de infração da Receita Federal questionando a amortização, para fins fiscais, nos exercícios de 2008 e 2009, do ágio gerado quando da incorporação de ações da Bovespa Holding pela companhia, segundo comunicado.

A companhia informa que foi proferida em 15 de maio, pela 6ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal (1ª instância), sentença desfavorável na ação anulatória movida pela B3, que buscava cancelar o referido auto de infração contra a empresa.

A B3 diz que recorrerá da decisão e reafirma seu entendimento de que o ágio foi constituído regularmente, em conformidade com a legislação fiscal.

JBS (JBSS3)

A JBS foi autorizada a retomar as operações em sua planta em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, enquanto aguarda uma decisão da justiça do trabalho sobre seu recurso final, disse por telefone Priscila Schvarcz, promotora do trabalho do estado, para a Bloomberg.

A assessoria de imprensa da JBS confirmou que a empresa recebeu permissão para reabrir a planta. Todos os trabalhadores da unidade serão testados para Covid-19 nesta terça-feira para determinar quais deles estão em condições de trabalhar, destacou a promotora, afirmando que testes e avaliação clínica serão acompanhados pelas autoridades de saúde locais.

Azul (AZUL4)

A Azul teve o rating rebaixado de B para CCC+ pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s.

A S&P informa que revisou as premissas para a recuperação do tráfego aéreo nos próximos anos e agora espera que as companhias aéreas brasileiras enfrentem uma contração de demanda de cerca de 50% em 2020, mantendo cerca de 40% da frota da Azul aterrada até o fim do ano, o que reduzirá os fluxos de caixa e a liquidez da empresa, diz a S&P em relatório.

A agência também ressalta que a Azul possui pagamentos significativos de arrendamentos operacionais no curto prazo, o que requer discussões contínuas sobre o gerenciamento da frota para permitir o cumprimento de obrigações.

A perspectiva negativa reflete possível rebaixamento adicional nos próximos 6 a 12 meses, se a recuperação mais lenta do que o esperado do setor reduzir o acesso da Azul a financiamento de
longo prazo, o que poderia pressionar as negociações com locadores e outras partes interessadas, aumentando o risco de reestruturação da dívida que consideraríamos angustiado, diz a S&P.

Elétricas

O governo publicou decreto sobre ajuda a elétricas na pandemia. A criação de conta destinada ao setor elétrico para enfrentamento da calamidade pública gerada pela covid-19 foi autorizada, segundo decreto publicado no Diário Oficial.

A conta a ser gerida pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) vai receber recursos para cobrir déficits ou antecipar receitas de concessionárias de energia elétrica . A Aneel vai homologar mensalmente os valores a serem pagos pela Conta-covid a cada distribuidora de energia.

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Fonte: Infomoney Blog Epolitica

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