Central NotíciasNotíciasTecnologia

Por que o IPO de US$ 8 bi da Peloton não fará de seu cofundador um bilionário

JohnFoley/GettyImagesTechCrunch
Cofundador e CEO da Peloton deve aumentar de patrimônio, mas não vai chegar ao clube dos bilionários

Resumo: 

  • O preço inicial da ação individual da empresa de tecnologia fitness Peloton durante o IPO deve ficar entre US$ 26 e US$ 29;
  • Os fundadores da empresa não devem se tornar bilionários, mas as ações podem ter desempenho melhor do que as de companhias de tecnologia;
  • Os investidores que compraram participações na empresa devem ver seu patrimônio ganhar valor depois do oferta inicial de ações.

A empresa de tecnologia fitness Peloton pode dobrar seu valor se tudo der certo em seu IPO. Mas seu co-fundador e CEO, John Foley, só poderá se juntar ao grupo de bilionários se o valor da empresa atingir níveis maiores do que o dobro da avaliação inicial.

LEIA MAIS: IPO da SmileDirectClub vai criar dois bilionários de 30 anos

Na última terça-feira (10), a Peloton definiu que o preço inicial de suas ações ficaria entre US$ 26 e US$ 29. A empresa pretende vender até 46 milhões papéis na oferta pública, gerando até US$ 1,3 bilhão, se o preço alcançar o nível mais alto esperado. Isso daria à empresa valor de US$ 8 bilhões, sendo que a companhia tinha sido previamente avaliada por investidores em US$ 4 bilhões.

Diferente do que aconteceu com outros IPOs de tecnologia, o grupo que fundou a Peloton não deve ficar bilionário, a não ser que a empresa aumente seu alcance máximo de preço ou as ações façam muito sucesso no começo das negociações, o que não está fora de cogitação depois das ações da empresa Zoom dispararem 72% em sua estréia no mercado.

LEIA TAMBÉM: Caixa deixa IPO do braço de cartões para 2020

Apesar disso, aberturas de capital de empresas de tecnologia não têm tido o mesmo sucesso de antes. Companhias de transporte como Uber e Lyft perderam dezenas de bilhões em valor de mercado combinado, e a revendedora de luxo The RealReal continua com ações abaixo da oferta inicial. A WeWork, de coworkings, que também está se preparando para vender ações, está avaliando uma redução dos preços iniciais ao perceber o interesse dos investidores diminuir.

Foley possui pouco mais de 6% da empresa, o que vale cerca de US$ 400 milhões incluindo opções de ações. Ele também vai receber três milhões de opções de ações adicionais, que valeriam cerca de US$ 80 milhões, se o valor de IPO da empresa for menor do que US$ 750 milhões.

O antigo diretor de e-commerce da livraria Barnes & Noble criou a Peloton em 2012 com Hisao Kushi, Tom Cortese, Graham Stanton e Yony Feng. Cortese, que é COO da Peloton, já vendeu mais de US$ 12 milhões em ações por oferta pública em 2017 e 2018, de acordo com documentos. Kushi, atual CLO, vendeu mais de US$ 6 milhões durante o mesmo período, enquanto Foley cedeu US$ 31,8 milhões. As participações de Kushi, Cortese, Stanton e Feng não foram divulgadas no documento porque eles possuem menos de 5% e não foram considerados chefes executivos nomeados.

E TAMBÉM: C&A dá partida em processo de IPO no Brasil

A Peloton enfrentou problemas iniciais para atrair investidores, isso significa que os primeiros devem ter boas recompensas. A Tiger Global, que liderou a rodada de 2014 de ações série B, é a maior acionista, com pouco menos de 20% de participação. A True Ventures, que investiu em 2015, possui 12%.

Quando as ações da Peloton estiverem disponíveis, a empresa terá de convencer investidores que existe um caminho para a rentabilidade, mesmo depois de gastar muito em propaganda e perder mais de US$ 195 milhões no último ano fiscal (de julho de 2018 até junho de 2019). A maioria da receita da Peloton é proveniente de seus equipamentos de exercícios: 75% da receita de 2018 foram resultados da venda de bicicletas, que custam US$ 2.245, e esteiras, de US$ 4.295.

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Deixe um comentário