Política

O futuro da Sabesp, o Joesley Day, e “bolha” pós-pandemia, segundo Meirelles

Todo mundo se lembra onde estava e o que fazia no dia 11 de setembro de 2001, quando as torres gêmeas caíram. Todo brasileiro também se lembra onde estava no dia 1º de maio de 1994, quando Ayrton Senna morreu. No mercado financeiro nós também lembramos vivamente onde estávamos e o que fazíamos no dia 18 de maio de 2017, o Joesley Day.

Aquele havia sido o último dia de acionamento do circuit breaker até a crise do coronavírus. Na ocasião, a bolsa caiu mais de 10% devido à revelação de que o então presidente Michel Temer havia sido gravado em conversas suspeitas com Joesley Batista, da JBS. 

Com a notícia, o mercado passou a duvidar que as reformas trabalhistas e da previdência, já encaminhadas, teriam algum futuro, e a bolsa despencou. Mais tarde naquele dia, Temer teve que vir a público dizer que não renunciaria ao cargo.

Neste episódio do Stock Pickers perguntamos a uma das figuras mais importantes da vida econômica e financeira brasileira recentes exatamente isso: onde estava e o que fazia no dia 18 de maio de 2017? A resposta é de Henrique Meirelles. 

“Naquele momento tínhamos uma prioridade: garantir que não tivéssemos uma crise financeira que levasse a uma crise econômica. A reforma da Previdência era uma questão à frente, não pensava nela. Naquele dia eu sentei ali na mesa de operações do Tesouro Nacional, com o mercado na linha, discutindo intensamente”, diz Meirelles.

Sabesp

A privatização da Sabesp foi uma das bandeiras do atual governo de São Paulo. Agora que o marco regulatório passou, a possibilidade ficou mais forte. “Privatização é a prioridade, mas não é um processo muito rápido”, diz. “Investimento [em saneamento] é a prioridade. E mediante aporte do Estado não é uma estratégia vitoriosa. Precisamos do investimento privado, via capitalização ou privatização”.

Liquidez = bolha?

Quando acontecem grandes crises, como a que vivemos agora, os governos geralmente respondem com injeções de dinheiro na economia e outros incentivos. E sempre aparece alguém falando que “isso vai dar em inflação e bolha”

Sempre que alguém fala em injeção de liquidez, em incentivos econômicos já aparece alguém falando: isso vai dar em inflação e bolha. É claro que, com um ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BC nós tínhamos que perguntar isso. E a resposta foi a seguinte:

“Olha, vamos devagar. Não existe necessariamente um estouro de bolha ou crises em função de expansões sustentáveis, desde que as coisas sejam feitas na hora certa. […] Há necessidade sim de expandir, mas cabe ao Banco Central tomar suas decisões”, lembra.

A conversa completa está no episódio desta quinta-feira, acima.

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Fonte: Infomoney Blog Epolitica

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