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Mesmo após ‘Dia do Fogo’, madeireiros seguem destruindo Amazônia e ameaçando assentados

“Criaram a Flona do Jamanxim, em 2006, onde nós já trabalhávamos e passamos a ficar na ilegalidade de um dia para o outro”, reclama o vice-prefeito em entrevista à Repórter Brasil. O ICMBio, entretanto, estima que 67% dos ocupantes da Flona entraram pouco antes ou logo após a criação da área.

Com área equivalente à da Irlanda do Norte (1,3 milhão de hectares), a Flona está sob pressão não apenas dos produtores locais, mas também de políticos ligados à bancada ruralista.

O então presidente Michel Temer editou, em 2016, uma medida provisória para reduzir a área protegida da Flona – o que legalizaria a grilagem de terra na região. Quando votada no Congresso, os parlamentares aumentaram a área que deixaria de ser protegida. Depois de pressão de ambientalistas e de uma campanha que contou com a participação de celebridades como a modelo Gisele Bündchen, Temer vetou a medida. 

Após o veto, o Planalto tentou reduzir novamente a área da Flona, desta vez por meio de um projeto de lei enviado ao Congresso. Foi um aceno à bancada ruralista, já que o então presidente precisava dos votos desses parlamentares para se livrar de pedidos de impeachment (feitos após escândalo envolvendo os irmãos Wesley e Joesley Batista, da JBS). O projeto de lei está parado na Câmara, aguardando a criação de uma comissão temporária para analisar a proposta. 

Por ora, Jamanxim mantém sua área de proteção inalterada, mas seus moradores continuam enfrentando os interesses econômicos por detrás da destruição da Amazônia.

Esta reportagem foi realizada com o apoio da DGB Bildungswerk, no marco do projeto PN: 2017 2606 6/DGB 0014, sendo seu conteúdo de responsabilidade exclusiva da Repórter Brasil

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Fonte: Reporter Brasil

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