Tecnologia

Maratona Behind The Code: Competindo como uma garota

A representatividade feminina no mercado de trabalho ainda é uma questão a ser discutida no Brasil. Não faltam exemplos. As mulheres cientistas são apenas 14% da Academia Brasileira de Ciências e, nos conselhos das grandes corporações, elas somam apenas 8,6%, segundo a consultoria Deloitte.

Mulher mais bem colocada na primeira fase da Maratona Behind The Code 2020, Caroline Andreoni Barcat Intaschi, de Campinas (SP), vai para a grande final como uma das favoritas para estar entre os cinco melhores da América Latina.

Aos 24 anos, Caroline já sabe que seu caminho profissional não será fácil. A representatividade da mulher na tecnologia ainda é pequena. “Muitas mulheres, e eu me incluo nisso pela maior parte da minha vida, nem sequer consideram carreiras na tecnologia por não se sentirem representadas e enxergarem essa profissão como majoritariamente masculina”, diz.

Para ela, a falta de diversidade, além de contribuir para que as tecnologias que estão sendo criadas considerem menos os interesses diversos da sociedade, ajuda a criar uma cultura sexista dentro de algumas empresas e faz com que muitas mulheres tenham que lidar com desmerecimento, além de comportamentos preconceituosos.

Gestão do tempo

Caroline precisou conciliar as demandas da faculdade — é aluna do último semestre de Arquitetura e Urbanismo, na Unicamp —, o estágio em UX/UI Design e os estudos para os desafios. E ela tinha uma dificuldade maior, pois ia competir com devs sem ser. Com isso, vários dos desafios exigiram que estudasse mais sobre assuntos que não tinha tanta familiaridade.

“Comecei a ter mais contato com programação e design no final do ano passado. Soube que não precisava necessariamente ser um desenvolvedor para participar da Maratona. Se não fosse por isso, provavelmente não teria me sentido confiante o suficiente”.

Para fazer a gestão do pouco tempo, Caroline criou uma estratégia: “Algo que me ajudou foi sempre trabalhar nos exercícios no final de semana, assim que eram lançados. E usava o meio da semana para ir estudando mais e melhorando aos poucos as minhas ideias, já que alguns exercícios são mais demorados, além de exigirem estudos específicos”.

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Caroline tem os pés no chão e procura deixar as expectativas para a final da competição sob controle. “Assim como foi para a primeira etapa da maratona, eu não tenho muitas expectativas para a sua conclusão, a não ser aprender mais sobre programação e inteligência artificial, e conseguir aplicar alguns desses conhecimentos no meu dia a dia”.

Carreira

Pelo menos no momento, ela não pretende trabalhar especificamente como desenvolvedora. Vai continuar estudando programação e design e considera começar uma pós-graduação na área de Interação Humano-Computador dentro do Instituto de Computação.

“Participar da Maratona Behind the Code agregou muitos conhecimentos importantes sobre tecnologia, e me ajudou a enxergar na prática como aplicá-los. Mas o principal foi me sentir mais validada como uma mulher na tecnologia. E não desistir antes de tentar”.

Infoeconomico

Fonte: Computer Word

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