Política

Ibovespa fecha em alta de 2,3%, atingindo nova máxima desde fevereiro, e dólar desaba a R$ 5,22

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (1) com uma conjunção de fatores positivos. Primeiro vieram os dados fortes da China, que também impulsionaram as bolsas internacionais, depois foram os pedidos de autorização para uso das vacinas da Moderna e da Pfizer/BioNTech contra o coronavírus nos Estados Unidos e na Europa.

Ainda no exterior, o secretário do Tesouro americano, Steve Mnuchin, e o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tiveram falas que animaram os investidores. Mnuchin disse concordar com uma nova proposta de US$ 908 bilhões, que discute com a presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi. Já Powell voltou a defender que o Fed use todos os instrumentos possíveis para uma recuperação plena da economia.

Joe Biden, presidente eleito dos EUA, também pediu ao Congresso que aprove a ajuda fiscal.

Por aqui, o mercado reagiu positivamente também à fala do presidente Jair Bolsonaro sinalizando que o auxílio emergencial não será estendido para o ano que vem, reduzindo as preocupações dos investidores com o fiscal após a forte alta de gastos em 2020 para conter o impacto econômico da pandemia do coronavírus. Para completar o clima de bom humor nas mesas de operação, foi definida para 16 de dezembro a data de análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021.

O Orçamento do ano que vem é um assunto de impasse prolongado no Congresso por uma série de fatores que vão da indefinição acerca dos programas sociais até a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados entre o candidato apoiado por Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL), e um candidato apoiado por ou o próprio Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Também no radar, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) melhorou suas projeções para a economia brasileira em 2020, mas previu que a retomada no ano que vem não será tão forte como antes se esperava.

Para a organização, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro sofrerá uma contração de 6% este ano, uma queda menor que a de 6,5% prevista três meses atrás, e depois crescerá 2,6% em 2021, menos que a alta de 3,6% projetada anteriormente.

Ainda no noticiário local, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em reunião extraordinária na noite de ontem, decidiu antecipar a volta do sistema de bandeiras tarifárias e passa a valer a partir de hoje a bandeira vermelha 2, encarecendo a conta de luz e com potencial de pressionar a inflação. Com isso, houve nesta data o bem-sucedido leilão recorde de NTN-B do Tesouro, no qual a bandeira vermelha em energia intensificou a demanda pelo títulos atrelados à inflação.

O Ibovespa hoje subiu 2,3%, aos 111.399 pontos, atingindo uma nova máxima desde o dia 21 de fevereiro, quando o índice encerrou o pregão cotado em 113.681 pontos. O volume financeiro negociado na B3 nesta terça foi de R$ 38,512 bilhões.

Na véspera, a Bolsa caiu 1,5%, mas não apagou a alta que chegou a 15,9% em novembro impulsionada pelo fluxo de capital estrangeiro. Em novembro, os ganhos do Ibovespa em dólares foram de 24%, o décimo melhor desempenho entre os principais índices acionários do mundo e a terceira maior valorização entre os emergentes.

Enquanto isso, o dólar comercial caiu 2,22% a R$ 5,2273 na compra e a R$ 5,2278 na venda, rumo a seu menor patamar desde o final de julho. O dólar futuro com vencimento em janeiro de 2021 registrava queda de 2,41%, a R$ 5,205.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 caiu 20 pontos-base a 3,11%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de 26 pontos-base a 4,76%, DI para janeiro de 2025 recuou 22 pontos-base a 6,56% e o DI para janeiro de 2027 registrou variação negativa de 19 pontos-base a 7,36%.

Sobre a China, o Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial subiu para 54,9 pontos em novembro, acima da mediana das expectativas dos economistas compilada no consenso Bloomberg, que apontava para queda a 53,5 pontos depois dos 53,6 pontos registrados em outubro.

Os resultados são os melhores desde novembro de 2010, e indicam que a economia chinesa está se recuperando a níveis pré-pandemia. O ano foi marcado na China por medidas rígidas de contenção de infecções, estímulos sobre o setor de infraestrutura, exportações de suprimentos médicos e alta da demanda.

Nova equipe econômica nos EUA

Na véspera, Joe Biden anunciou aquela que deverá ser sua equipe econômica. A ex-presidente do Fed Janet Yellen foi indicada para secretária do Tesouro. Neera Tanden, antiga auxiliar sênior de Hillary Clinton, será diretora de orçamento, e Wally Adeyemo, presidente da Fundação Obama, será vice-secretário do Tesouro.

No momento há, no entanto, incerteza sobre os estímulos que vêm impulsionando a economia americana durante a pandemia. Na segunda-feira, o atual presidente do Fed Jerome Powell afirmou que, apesar de as notícias sobre o desenvolvimento de vacinas trazerem uma perspectiva positiva no médio prazo, a perspectiva para os próximos meses é motivo de preocupação.

“O aumento de novos casos de Covid-19, tanto aqui como no exterior, é preocupante e pode ser desafiador nos próximos meses”, disse Powell. “As notícias recentes sobre vacinas são muito positivas a médio prazo. Por enquanto, permanecem desafios e incertezas significativas, incluindo tempo, produção, distribuição e eficácia em diferentes grupos. Continua difícil avaliar o tempo e o escopo das implicações econômicas desses desenvolvimentos com algum grau de confiança.”

A ressurgência da Covid continua a preocupar no país. Foram registrados 167.756 novos casos de infecção na segunda-feira, patamar que vem se mantendo há cerca de duas semanas. O governador de Nova York Andrew Cuomo afirmou que o estado está implementando novas medidas emergenciais nos hospitais.

São Paulo volta à fase amarela

Um dia após o segundo turno das eleições municipais, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) anunciou na segunda a reclassificação das regiões do estado de acordo com o Plano SP contra Covid-19, que determina uma cor para cada área de acordo com a gravidade da propagação do coronavírus e a pressão sobre o sistema de saúde local.

O candidato apoiado por Doria, Bruno Covas (PSDB), se sagrou vencedor contra Guilherme Boulos (PSOL) no domingo. O anúncio da reclassificação estava previsto inicialmente para 16 de novembro, mas foi adiado naquela data por Doria para o dia 30, um dia após a votação do segundo turno.

Com a reclassificação, todas as 17 regiões do estado voltaram para a fase 3, amarela, a segunda menos restritiva. Esse já era o caso de 11 das áreas, mas havia 6 em fase verde, como a capital, além de Campinas, Sorocaba e Baixada Santista.

Áreas em fase 3, amarela, têm shoppings, comércio, bares, restaurantes, salões de beleza, barbearia e academias permitidos, com medidas de higiene e distanciamento, capacidade máxima de 40% e horário reduzido a 10 horas por dia, até as 22h.

Doria frisou que a mudança não altera a programação de volta às aulas, e que o comércio continua a funcionar, mesmo que em horário reduzido.

Áreas em fase 4, verde, têm restrições mais brandas, com espaços comerciais, bares, restaurantes, academias, salões de beleza, barbearias e espaços e eventos culturais permitidos com capacidade de até 60% e horário de funcionamento de até 12 horas por dia.

Há ainda as classificações de fase 1, vermelha, têm somente atividades essenciais permitidas. E fase 2, laranja, têm somente shoppings, comércio e serviços permitidos com capacidade limitada a 20% e horário em apenas 4 horas diárias.

O secretário de saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que houve um aumento de 10% nos casos de coronavírus na última semana. Isso fez com que governo adotasse medidas mais restritivas. A imprensa já vinha noticiando a alta de internações em hospitais importantes, e antecipara a aceleração da covid do estado.

Agenda econômica e desmatamento da Amazônia

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que há votos para reforma tributária mesmo sem apoio do governo. “O Brasil não cresce cortando despesa, a economia vai crescer se o ambiente de negócios melhorar”, disse Maia.

Ele destacou que a proposta já tem aproximadamente 320 votos, incluindo os partidos de esquerda, mas ressaltou que, se o governo apoiar, a margem para aprovar o texto é muito maior. Maia disse que o relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), deve apresentar o parecer nesta semana à equipe econômica e aos líderes.

Ainda em destaque no noticiário dos jornais, o desmatamento em um ano na Amazônia, relativo ao período entre agosto de 2019 e julho de 2020 atingiu o maior patamar em mais de dez anos. Foram 11.088 km² de área desmatada, a maior taxa desde 2009, de acordo com dados divulgados na segunda pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Os dados são do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite). O índice anterior, relativo a agosto de 2018 e julho de 2019, havia indicado desmatamento de 10.129 km².

O estado que mais desmatou entre agosto de 2019 e julho de 2020 foi o Pará, responsável por 47% da área desmatada na Amazônia. Em seguida, aparecem Mato Grosso, Amazonas e Rondônia.

Esse é o primeiro levantamento anual medido pelo Prodes que tem dados apenas do governo Jair Bolsonaro, criticado internacionalmente por desarticular medidas de proteção da floresta e defender publicamente atividades como o garimpo. O presidente eleito dos Estados Unidos afirmou, durante debate contra Donald Trump, que se comprometeria a barrar o desmatamento no Brasil.

O vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, recriado pelo governo Bolsonaro, minimizou a destruição. “Podemos observar o início de uma tendência decrescente. Havia expectativa de que o resultado atual que fosse ser divulgado nos daria um aumento em torno de 20% do que ocorreu o ano passado. Foi um pouco menos da metade disso aí”, afirmou. Ele disse, no entanto, que o resultado “não é para comemorar”.

Mourão afirmou que 45% do desmatamento ocorreu em áreas consolidadas. Outros 30%, em áreas públicas.

Radar corporativo

A Petrobras prevê desinvestimentos de US$ 25 bilhões a US$ 35 bilhões no período de 2021 a 2025, versus uma faixa de US$ 20-30 bilhões de no plano de negócios anterior, à medida que a empresa busca reduzir sua dívida e concentrar recursos em ativos de “classe mundial” como os campos de pré-sal.

Como resultado, suas vendas de petróleo no mercado brasileiro cairão para 1,252 milhão de barris por dia nos próximos cinco anos, versus média de 1,348 milhão de barris por dia entre 2015/2019, estimou a empresa. Além da venda de refinarias, parte do petróleo passará a ser exportado.

A empresa projetou um salto na sua exportação de petróleo para 891 mil barris por dia no período de 2021 a 2025, ante média de 445 mil bpd entre 2015 e 2019. A empresa reforça investimentos nos produtivos campos do pré-sal, de acordo com apresentação mais detalhada de seu plano de negócios plurianual.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
ECOR3 7.23192 12.9
YDUQ3 7.20775 35.4
COGN3 7.03625 5.02
SANB11 6.59004 41.73
PRIO3 6.57764 53.47

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
RADL3 -3.59768 24.92
TOTS3 -3.36449 25.85
VVAR3 -3.15493 17.19
RENT3 -2.57364 65.49
NTCO3 -2.45983 49.17

A XP anunciou na segunda oferta de ações, incluindo papéis da empresa detidos pelo Itaú Unibanco, no valor de até US$ 1,3 bilhão, incluindo lote adicional. Na quinta-feira passada, o conselho do Itaú aprovou cisão de participação de 41,05% que possui na XP para uma nova empresa, com possibilidade de venda da parcela restante de 5% que mantém no grupo de investimentos.

A JBS informou em fato relevante na segunda que concluiu a aquisição dos ativos de margarina e maionese da Bunge no Brasil, por meio de sua controlada Seara.

O negócio inclui a compra de três unidades produtivas que pertenciam à Bunge e estão localizadas em Gaspar (SC), São Paulo (SP) e Suape (PE). A expectativa é que a operação agregue R$ 1,2 bilhão à receita anual da Seara. A Bunge concordou em vender seus ativos de margarina e maionese no país para a Seara Alimentos, subsidiária da JBS, em dezembro de 2019. A JBS disse na época que pagaria R$ 700 milhões pelo negócio.

O conselho de administração da Multiplan aprovou na segunda-feira recompra de até 7,5 milhões de ações da companhia, informou a empresa gestora de shopping centers e empreendimentos imobiliários.
O papel encerrou nesta segunda-feira cotado a R$ 22,67, o que leva o valor da operação a até R$ 170 milhões. O programa de recompra terá duração de 18 meses.

A Exxon Mobil, grande produtora norte-americana de petróleo, disse na segunda que contabilizará uma baixa contábil de US$ 17 bilhões a 20 US$ bilhões de dólares em propriedades de gás natural, no maior “impairment” de sua história, e que reduzirá os gastos no ano que vem para o menor nível em 15 anos. A gigante do petróleo está sofrendo com os impactos da pandemia de Covid-19 sobre a demanda e os preços da energia.

A Exxon passará a se concentrar na Guiana, onde descobriu até 8 bilhões de barris de petróleo, em operações “offshore” no Brasil e no campo de petróleo da Bacia de Permian, disse a empresa.

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Fonte: Infomoney Blog Epolitica

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