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Como a Apple está salvando os bancos (mediante taxas)

O Apple Pay, Apple Pay Cash, Apple Card e o Wallet são soluções extremamente disruptivas que mostram como a Apple pode ameaçar o setor de bancário privado – ou ajudá-lo a prosperar (mediante taxa).

“Nós não somos um banco”

Em uma conferência da CNN na semana passada, Jennifer Bailey, vice-presidente de serviços de Internet da Apple, discutiu os planos da companhia em relação a Apple Pay. Durante sua fala, a executiva fez uma declaração altamente significativa que os profissionais do setor financeiro devem pensar profundamente sobre: “Não estamos interessados ​​em ser um banco… principalmente a parte regulamentada disso.”

Pense sobre o assunto. Essa declaração fala muito sobre a estratégia da empresa, pois mostra que a Apple deseja trabalhar com provedores financeiros já existentes para construir os seus próprios serviços financeiros. Ao que tudo indica, a gigante da tecnologia quer estabelecer parcerias, não competir.

“Mova-se devagar, mantenha-se estável”

Para obter uma licença bancária, as operadoras devem aceitar um alto grau de regulamentação e agir com um nível de probidade que entra diretamente em conflito com o mantra ‘mova-se rápido e quebre coisas’ no coração do Vale do Silício.

Os bancos enfrentam ambientes de negócios cada vez mais complexos, lutando contra empresas de tecnologia que desejam substituí-los. Incrivelmente, algumas pesquisas sugerem que 86% dos millennials usariam apenas pagamentos digitais, se pudessem.

Nos últimos anos pesquisando o setor, pode-se perceber que grande parte do trabalho realizado pelo departamento de TI dos bancos privados se dedica a simplesmente manter sistemas existentes funcionando, em vez de melhorá-los. Isso criou um ambiente no qual tecnologias e práticas comerciais tradicionais estão impedindo a evolução da indústria.

O Gartner observa que 45% dos CIOs do setor financeiro acreditam que sua própria cultura organizacional atrapalha as suas iniciativas digitais. Além disso, 40% dos provedores bancários ainda não possuem uma estratégia de transformação digital.

Ligue para o suporte técnico

Esses desafios são problemas reais para os maiores provedores de serviços financeiros do mundo, enquanto tentam navegar em mercados cada vez mais complexos e combater concorrentes mais ágeis, famintos por roubar o seu dinheiro. As operadores históricas estão em desvantagem, e elas sabem disso.

Esse cenário está levando muitos no setor a buscar parcerias com empresas de tecnologia de ponta para desfrutar de conhecimentos técnicos e da agilidade comercial necessárias para sobreviver no mercado.

Alguns banqueiros podem ver a Apple como mais um concorrente, afinal, a companhia já possui as tecnologias necessárias: um ecossistema móvel amplamente implantado e altamente seguro, biometria de ponta e sua própria plataforma de serviços financeiros. A companhia também tem seu próprio cartão de crédito e já é suficientemente ágil para oferecer melhorias em todo o ecossistema.

Na verdade, é difícil não ver a Apple como a maior concorrência aos bancos, exceto por um motivo: ela não quer ser um.

Parceiros

Pense no Apple Card. Apesar de todo o hype em torno da definição do futuro da fintech, o cartão está sendo introduzido no Goldman Sachs, um nome quase tão antigo quanto o próprio setor.

E não é apenas isso. “90 dos 100 maiores bancos do mundo por tamanho de ativos estão implantando produtos Apple para melhorar a eficiência e a eficácia em suas organizações”, de acordo com Luca Maestri, CFO da Apple, durante a chamada de resultados mais recentes da companhia.

É possível refletir sobre a ameaça enfrentada pelo setor bancário, pois o apoio público tem diminuído como reação ao colapso financeiro. Porém, parece que, em vez de se tornar um catalisador nesse processo, a Apple optou por desenvolver seus próprios serviços e ecossistema fintech, a partir dos quais pode oferecer uma oportunidade aos operadores tradicionais do setor financeiros.

Na realidade, a Apple está oferecendo uma maneira de os bancos se salvarem do inevitável colapso – e isso já aconteceu antes.

Se você lembrar de 2001, no Napster e na introdução do iTunes e do iPod, é possível ver que a Apple já fez isso anteriormente. Naquela época, a indústria da música estava enfrentando uma verdadeira revolução, com o compartilhamento de arquivos matando o setor.

A Apple deu um respiro para o mercado musical e (sem dúvida) é por isso que ainda temos gravadoras hoje. Como pode ser observado, a Apple ainda não os devorou, e talvez isso nunca aconteça.

Em vez de competir com as grandes operadoras do mercado (bancário ou musical), a companhia encontrou uma maneira de fornecer a tecnologia de ponta para que essas indústrias possam sobreviver.

Inovação como serviço. Transformação digital para o resto. Por uma taxa.

 

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Fonte: Computer Word

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