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Como posso me certificar de que um banco é seguro para investir em CDB, LCI e LCA emitidos por ele?

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Caro leitor,

Acredito que esta seja uma dúvida de muitos outros leitores, afinal, com o mundo de investimentos sendo desmistificado por parte da população, a procura por rentabilidades mais atrativas tende a ser natural, assim como a diversificação dos investimentos. No entanto, é necessário lembrar sempre do princípio básico do tripé do investimento: risco, rentabilidade (retorno) e liquidez!

E é sob a primeira coluna que iremos nos debruçar neste texto para responder sua pergunta. Para começarmos a discussão, precisamos lembrar a regra de ouro: não há investimento sem risco — por menor que seja, o risco é uma das características de produtos de investimento.

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Dito isso, podemos citar algumas formas de nos certificarmos que um banco é seguro como, por exemplo:

1) Avaliar a saúde financeira do Banco, por meio de indicadores (em Relatórios como o de Gerenciamento de Riscos – Pilar III, Análise de Desempenho e Demonstrações Contábeis) como:

a. o Índice de Basileia, que mede qual o percentual que o banco possui de patrimônio em relação aos valores emprestados a clientes. Assim, quanto maior este índice, melhor, tendo em vista que o Banco terá capacidade para honrar seus compromissos;

b. o Índice de Imobilização, que indica quanto do patrimônio do Banco está em bens sem liquidez imediata, ou seja, que não podem ser trocados por dinheiro pelo seu valor justo rapidamente. Neste caso, quanto menor o índice, melhor, pois significará que o banco tem mais bens e direitos que podem ser rapidamente convertidos em dinheiro para pagamento de suas dívidas;

c.   o Lucro Líquido, que demonstra o desempenho da empresa. É interessante avaliar este número em comparação aos períodos anteriores, para entender melhor a trajetória e possível tendência dos resultados da empresa.

2) Conhecer a empresa, pesquisando sobre investimentos em desenvolvimento de novos produtos ou estratégia de clientes, notícias sobre índices de inadimplência e até mesmo envolvimento em fraudes ou corrupção.

3) Pesquisar a nota de avaliação de risco da empresa, emitida por agências de classificação de risco. Esta classificação também deve ser comparada com períodos anteriores, para saber se a saúde financeira do banco vem melhorando ou não. Vale lembrar que, quanto maior a nota, menor o risco de não pagamento e, portanto, taxas menores em produtos como CDB, LCI e LCA poderão ser ofertadas.

Além disso, é sempre bom conversar com outros investidores, aproveitando a quantidade de informações e fóruns hoje disponíveis na internet, para conhecer melhor a experiência deles com o banco no qual você pretende investir.

É importante lembrar que, quando um banco nos empresta dinheiro, é feita uma análise sobre nossa saúde financeira, considerando nosso salário e eventual endividamento. Desta forma, quando emprestamos dinheiro para um banco, também precisamos nos certificar que a empresa possuirá condições de nos pagar quando do vencimento do investimento.
Desta forma, sugiro que você avalie sempre com atenção o banco no qual você irá investir! Lembrando que bancos menores tendem a oferecer produtos sem liquidez (ou seja, você pode resgatar o valor apenas no vencimento), desta forma, é importante que você concilie seus objetivos com o prazo dos investimentos ofertados para evitar a não realização de seus sonhos devido à carência das aplicações.

Por fim, é importante ressaltar que estes investimentos (CDB, LCI e LCA) contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250 mil por CPF e conglomerado financeiro e R$ 1 milhão para garantias pagas por CPF no período de 4 anos.

Bons investimentos!

*Theo Linero é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: theolinero@gmail.com.